No passado dia 7 de Maio o director do Diário de Notícias, Ferreira Fernandes, escreveu um interessante artigo na sua coluna de última página, “Um Ponto é Tudo”, a que deu o título de “Última Hora: boa notícia!” O tema deste artigo vem, por curiosidade, ao encontro de diversas reflexões que eu próprio tenho feito (algumas incluidas em posts anteriores deste blogue) relativamente ao massacre diário a que somos submetidos, em todos os órgãos de comunicação social, com os relatos , verdadeiros ou falsos, ligeiros ou aprofundados das desgraças e malfeitorias que têm lugar no nosso país e em todo o mundo. Os leitores de jornais ou espectadores de TV que levassem a sério tudo o que lêem, vêem ou ouvem não sairiam de casa na manhã seguinte com receio de se encontrar com um assassino, com um agressor, com um extraterrestre ou, tão simplesmente, com um tijolo que , do alto de um prédio, lhe caisse na cabeça. Felizmente não é isso que se passa . Apesar de muita coisa má ou menos decente que se passa no mundo ainda há muitas que merecem a nossa aprovação e dão consolo ao nosso quotidiano.
Ferreira Fernandes foi buscar o exemplo do velho New York Times, fundado em 1851 com o lema editorial “Todas as notícias merecem ser impressas”. Na luta permanente pela sua honrada susbsistência o NYT resolveu oferecer, aos fins de semana, um suplemento com um conjunto de boas notícias , relativas a factos que tiveram lugar na semana a terminar. F. Fernandes leu nesse suplemento (The Week in Good News) sete artigos sobre factos interessantes, com boas novidades, que lhe tinham escapado a ele, jornalista experimentado, e que o deixaram mais feliz.
É um excelente artigo e uma boa chamada de atenção para todos nós, lembrando-nos que o mundo, com o seu ritual de desmandos e aterrorizantes acontecimentos, também tem coisas maravilhosas, em todos os domínios (sociais, técnicos, artísticos, comportamentais) que nos fazem acreditar que a humanidade não se rege só pelos atropelos que todos os dias nos entram pela casa dentro.
A luta pela decência e pela ética tem que ser permanente porque, infelizmente, o ser humano é muito frágil e muito disponível para comportamentos inexplicáveis. Mas talvez o facto de sabermos que , ao mesmo tempo, se estão a passar coisas boas à nossa volta, nos leve, à sociedade em que todos vivemos, a repudiar e a colaborar, com o exemplo, na almejada decência por que nos batemos. E o exemplo do New York Times talvez seja um excelente contributo para todos desejarmos ser informados de tudo o que se passa no mundo: as coisas boas e as coisa más. Pelo menos aumenta a nossa esperança…
Usualmente, também leio com agrado, os artigos de opinião de F.F. , no Diário de Notícias. A forma e qualidade como se expressa, enriquece o panorama bem pouco elogioso dos nossos dias de jornalismo…! No meio de muita coisa má, há sempre a possibilidade de se encontrar alguma coisa boa. É uma questão de se querer procurar os tais pontos bons…!
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Coisas boas e coisas más. Leio as más, mas prefiro as boas. Dão-me alento. Bom artigo!
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Belo texto, e muito oportuno!
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