NO CAFÉ

 A tarde caía lentamente no pequeno café ( 11 mesas ) onde costumo ir beber uma chávena de café com leite. É um agradável estabelecimento que serve chás, cafés, águas, cervejas, bolos pequenos, fatias de bolos grandes, miniaturas, etc. a clientes regulares e eventuais, homens mulheres e crianças. Enquanto outros dedilham o telemóvel ou conversam, eu aproveito o tempo para ler, um jornal ou um livro.

Hoje acabei um romance, “Alcateia” de seu título,  passado nos velhos tempos do neo-realismo português (1944) do Carlos Oliveira (1921-1981). Romance duro, de escrita agreste, descrevendo a paisagem, a vida miserável dos camponeses oscilando entre a fome, o roubo e por vezes o crime de morte, a vida dos senhores das terras com as suas combinações, as suas lutas, as suas vigarices, as suas infâmias, o seu desprezo pela vida dos pobres e dos infelizes. E, no final, narra o aparecimento duma nova geração com preocupações sociais e desejos de mudar a vida e o mundo, em oposição com os seus antecessores.

E depois recomecei a ler “As Outras Crónicas” de António Lobo Antunes que tinha interrompido a meio. E decidi (até quando?) que tenho de voltar a ler os livros do princípio ao fim, tudo de seguida. Na verdade, tenho em casa, repousando nas prateleiras das estantes, meia dúzia ou mais de obras, dos mais diversos géneros, de romances policiais a textos de economia política, que adquiri fruto de ler as recensões do Jornal de Letras ou da Revista do Expresso, ou de me terem chamado a atenção nas voltas regulares que faço pela Bertrand, das quais li algumas páginas para saltar para outra obra que de repente me pareceu mais atractiva. É claro que nem sempre acertamos na escolha dum livro, por isso inventaram os talões de troca nas obras para oferta. Pensando bem, porque não pedir um talão de troca nos volumes que se compra para consumo próprio ?

Lisboa, 8 de Fevereiro de 2024

Um pensamento sobre “NO CAFÉ

  1. Gostei do assunto, e achei-o interessantíssimo, recordando velhos tempos, em que fazíamos a leitura rápida do jornal da nossa preferência. Aqueles poucos minutos, para beber um café, e as notícias, que nos punham em dia. As novidades do país, e do Mundo, que nos dava um pequeno folgo para os afazeres do dia. Os bons hábitos de leitura, e as visitas à Bertrand, felizmente, hoje mais acessíveis, nos melhores Centros Comerciais deste país…!

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