PROTEÇÃO DO AMBIENTE

A defesa e proteção do ambiente é um dos grandes combates do mundo atual. Praticamente todos os partidos políticos do mundo escrevem esse desiderato nos seus programas de atividades. Sabemos que esse pilar para o progresso da vida, juntando-se a muitos outros como a não descriminação social, os direitos das mulheres, os fenómenos das migrações, nem sempre é perseguido e respeitado como seria desejável.

O mundo contorce-se hoje com os maiores e mais inexplicáveis dislates, aterrorizando todos os que, de mente sã, nunca imaginaram ver ou assistir a tais barbaridades. Mata-se quase por prazer. Já não é só a ignomínia dos mais fortes, é a incapacidade de pôr termo aos “terramotos” humanos de deixar morrer à fome milhares de inocentes, por força de gente que despreza a vida alheia, não se percebendo as razões que patrocinam esses massacres. Por muitas razões de bastidores que se tente inventar para justificar esses procedimentos (fatores económicos, políticos, religiosos, territoriais) nada isenta nem perdoa os criminosos do mundo.

Por isso, todos os programas de partidos políticos são geralmente desconfiáveis por se saber, antecipadamente, que são mais letra do que atitude. A proteção do ambiente, por onde começámos, é uma delas, a que hoje substantiva este nosso pequeno texto.

São milhares os exemplos de excelentes comportamentos e decisões ambientais que nunca são alvo de merecimento nem de destaque noticioso. Refiro-me hoje a um que merece esse relevo e que conheço há anos. Quem possa já ter passado na estrada que liga Castro Marim a Vila Real de Santo António, no Algarve, conhecerá bem a região do sapal, grande zona húmida nas margens do rio Guadiana, na qual milhares de aves se acolhem, nidificam e se reproduzem. Para além das muitas espécies vegetais, algumas delas raras, que ali se desenvolvem e transmitem para o ambiente as purezas invisíveis da sua existência. Em parte desse sapal, mais próxima do rio, trabalha-se e recolhe-se sal de enorme pureza que, uma vez tratado, é o mais procurado para a alimentação humana.

No meio desse sapal, desde que me lembro (e já são muitos anos) sempre vi uma casa abandonada que, com o passar do tempo se foi degradando sem nunca tombar. Casa, possivelmente, de antiquíssimos caseiros que, por se encontrar em pleno sapal, nunca foi deixada ao abandono. Pelo contrário, tem vindo a ser protegida pelo município, com escoras de sustentação para que nada se altere naquela zona.

Há uns anos a minha curiosidade levou-me a fazer-lhe uma visita e não resisti a sentar-me numa pedra e, quase que apaixonadamente, desenhá-la. E encontrei esse desenho no meio das minhas pastas de “artes esquecidas”.

Cá está a casota do sapal de Castro Marim

É natural que hoje, passados uns anos, o número de escoras tenha aumentado mas o que ressalta, de mais importante e tranquilizador, é que há gente e instituições que defendem denodadamente, praticamente sem reconhecimento público, o pilar fundamental da proteção da natureza.

Se este humilde exemplo servisse para travar o que de tão mau se está a fazer pelo mundo talvez a vida no planeta se tornasse mais apetecível para milhões de pessoas.

Nas inúmeras e enormes paredes da sede das Nações Unidas talvez este desenho não ficasse mal e lembrasse muita gente do que, com simplicidade, pode ser feito.

Um pensamento sobre “PROTEÇÃO DO AMBIENTE

Deixe um comentário