A Ciência tem sido tema de debate em todo o mundo. Desde há muito, por gente mais informada e preparada ou por gente de mente disponível embora, por vezes, sem as bases necessárias para uma discussão mais profunda mas adivinhando e pressentindo a importância da matéria.
O pequeno texto de hoje não tem, portanto, como não podia ter, pretensões de divulgação científica ou abordagem especializada sobre qualquer assunto com ela relacionado.
Será, no entanto, interessante chamar a atenção para dois factos que talvez tenham merecido menos atenção, ofuscados pela poeira dos dias.
O primeiro é o da realização na ilha Terceira, no passado dia 21 de Abril, de uma reunião com ministros de 8 países para estabelecer os princípios de criação nos Açores de um Centro Internacional de Investigação do Atlântico (AIR Center). Nesta reunião e ligados a esta iniciativa estão representantes da indústria aeroespacial e cientistas de 29 países com o objetivo de trabalhar em conjunto para salvar o planeta. A União Europeia está também envolvida neste projeto e no próximo mês de Julho será assinada em Lisboa a Declaração de Belém que consagrará o lançamento desta operação, reunindo os países da UE, Africa do Sul e outros para a cooperação e investigação no Atlântico Sul de dados que promovam a salvaguarda e desenvolvimento dos meios naturais e ambientais conducentes à salvaguarda daquele espaço e do planeta. A criação deste Centro já foi apoiada por diversos países como a China, a Índia, a Noruega, África do Sul, Brasil, Estados Unidos além, claro, da própria União Europeia.
Isto é importante? Achamos que sim, muito importante. É com iniciativas deste género que o nosso país poderá criar uma grande mais valia para a nossa cultura, para o nosso relacionamento internacional, em suma para a subida da nossa economia, dos investimentos, do conhecimento que poderemos partilhar com o mundo. Chama-se a isto “diplomacia científica” e ainda bem que Portugal lidera esta iniciativa.
Outro tema foi o da realização, a 22 de Abril, da Marcha pela Ciência, lançada nos Estados Unidos por um grupo de cientistas e que, rapidamente, se tornou viral em todo o mundo. Em Portugal também. Esta iniciativa, organizada em Lisboa, mereceu a adesão do Ministro da Ciência e do Comissário europeu do Ambiente. Investigadores de muitas instituições científicas (Fundação Champalimaud, por exemplo) e universitárias portuguesas apoiaram e promoveram esta marcha que, realizando-se no Dia Mundial da Terra, conseguiu a adesão de cerca de 500 cidades em todo o mundo.
Isto é importante? Achamos que sim, muito importante. Mais uma iniciativa que envolve o que de melhor se pode dar às novas gerações: a cultura, o conhecimento, o seu envolvimento num grande projeto que só pode acabar por ser um grande projeto a nível mundial. Os nossos jovens cientistas já são conhecidos em todo o mundo. As próximas gerações têm que reunir, além da vontade, as bases necessárias e indispensáveis para continuar esse caminho e promover o progresso. Sendo Portugal um país pequeno, isto não nos fará lembrar um pouco a época dos descobrimentos? Não sei, mas estou certo que é preciso participar nesta enorme vaga de promoção da Ciência.
Um tema muito interessante ! Todos sabemos, que Portugal não é um país que viva nos seus melhores dias,.embora surpreenda pelos esforços contínuos, de um desenvolvimento económico. Um país vulnerável aos imensos problemas mundiais, que a globalização de certa forma agravou. Por outro lado, esta mesma globalização, tem proporcionado no campo do conhecimento, uma maior divulgação dos recursos de cada país, em prol do bem estar dos povos mais débeis, sempre tão distanciados do mundo científico. Portugal, mostrou sempre, ser um país dotado de inteligência e de bons cientistas. Estudiosos, bem qualificados no meio universitário europeu e mesmo mundial. E é muito bom sabermos, que a riqueza de um país, como Portugal, pode e está a desenvolver-se como polo de muitas iniciativas no campo da ciência.
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Quando li o artigo, lembrei-me de em 1943, precisamente na ilha Terceira, ter ouvido o coronel José Agostinho, cientista dedicado à meteorologia dizer que pretendia criar um Centro de Estudos de meteorologia do Atlântico. Penso não o ter conseguido, mas já nessa data havia cientistas que pensavam no futuro da ciência.
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