Em setembro de 2017 escrevi um texto neste blogue com o título “QATAR FUTEBOL CLUBE” . Era, digamos assim, uma crítica fundamentada às perigosas ligações entre o desporto e a política e tudo o que hoje é conhecido, a nível mundial, de esquemas de corrupção, de tomadas de poder, de inexplicáveis movimentos financeiros, tudo, enfim, que enxameia o desporto mundial praticamente em todas as modalidades.
Tudo isto se sabe há muito tempo e as famosas redes de apostas internacionais são o encaminhamento mais utilizado para transferir fortunas para quem sabe da capacidade de influenciar os resultados de competições. Nenhuma modalidade escapa a este inferno avassalador e dificilmente controlável. Não há muitos anos as provas de “cricket” (imagine-se…) , em todo o mundo, eram as mais influenciadas por esse terrível flagelo, de acordo com fontes oficiais autorizadas. À data de hoje não estou certo dessa estatística mas, para quem está ligado ao Desporto, principalmente os atletas, não pode deixar de se preocupar com o envolvimento que a todos persegue.
Praticamente todos os dias somos surpreendidos com as notícias mais inesperadas e degradantes de factos que ocorrem no mundo desportivo que acompanhamos. Trago hoje à liça o futebol como fiz, aliás, no artigo de setembro de 2017 que referi no início. Na mesma altura em que tem lugar um campeonato do mundo da modalidade, na Rússia, onde todos os países que se conseguiram qualificar para esta fase se empenham desportivamente e, sobretudo, empenham o seu próprio prestígio. Não há dúvida que as multidões que enchem os estádios vivem e sofrem pelas suas equipas, pelos seus países. Embora saibam ou desconfiem das turbulências que rodeiam o mundo do futebol é para eles mais forte o entusiasmo e a paixão pelo seu país. A glorificação política do evento, a tremenda mensagem de “marketing” que é transmitida para o mundo são os condimentos essenciais para o país promotor e para os seus líderes. Todos sabemos isto, mas é assim. E eu, ao escrever estas linhas, já estou a pensar, com ansiedade, no jogo de amanhã da nossa seleção com Marrocos. Eu e muita gente gostamos de ver os êxitos da nossa equipa e somos capazes de nos distanciar de todos os dislates que se cometem em torno dos jogos e das competições. Mas, mesmo distanciando-nos, nestas fases, desse flagelo, é bom que não esqueçamos que ele existe. Mas o gosto de ouvir o hino e de aplaudir as proezas dos nossos jogadores supera essas dissonâncias. E é bom que assim seja. Acreditamos que eles, os protagonistas diretos dessas proezas, acreditam também na magia que lhes é transportada pelos seus compatriotas. Claro que o mundo em que vivem é bem diferente do mundo daqueles que os aplaudem. Mas sendo sérios e excelentes profissionais ajudarão a desculpar-nos, a todos, pelos dias de entusiasmo e de vibração que lhes dedicamos. Apesar de tudo acompanharei “os nossos rapazes” até onde eles conseguirem ir. E pronto, viva Portugal!
Pois é, o prazer de ver jogar a nossa equipa supera tudo o resto.
Portugal ganhou a Marrocos, foi bom, mas infelizmente não jogou bem. Para o próximo será melhor !
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