OS GAROTOS DA TAILÂNDIA

Desculpem lá, mas hoje não consigo reprimir a alegria que me assaltou pela conclusão do resgate dos jovens das grutas na Tailândia. Milhares de cronistas, jornalistas , ensaistas, professores, técnicos altamente especializados já falaram e continuarão a falar sobre este invulgaríssimo acidente. Portanto este meu texto será completamente redundante, inútil e talvez até despropositado.

Mas para mim não é nada disso. Estou certo que quem já tenha vivido momentos difíceis ou extremos compreenderá aquela aventura para além da aventura. Divido os acontecimentos em duas fases essenciais, cada uma com os seus heróis destacados. A primeira fase foi a vivida pelo grupo dos jovens tailandeses, isolados na gruta durante cerca de dez dias, sem certezas sobre o futuro, apenas com o controlo local do seu treinador que terá dado provas de grande serenidade, resiliência, talvez ajudado pela sua fé budista mas sabendo, sobretudo, transmitir aos jovens que estavam consigo a calma que lhes era indispensável naqueles dias. É muito difícil conduzir uma situação com tão gigantesca dificuldade.

A segunda fase foi a do resgate propriamente dito. As extraordinárias equipas de especialistas que se reuniram e, sobretudo, a programação e coordenação desencadeadas para levar a bom termo uma missão tão arriscada e invulgar. Autêntica operação de rigor militar com envolvimento de enormes especialistas a nível mundial.

Por fim, e agora, o suspiro de alívio que ressoou por todo o mundo. Os garotos não são apenas tailandeses, têm todas as nacionalidades do planeta. A operação em si, por ter sido transmitida passo a passo, com detalhes ao minuto, afligiu-nos de forma violenta. Que bom seria que outras e tantas situações que ocorrem diariamente pelo mundo inteiro pudessem ter a mesma visibilidade e  mobilizassem o mesmo interesse em todos nós. Infelizmente não é assim. Milhares de jovens morrem diariamente por todo este nosso mundo, vítimas de carências e flagelos de toda a espécie sem que tenhamos conhecimento atempado e direto das suas desgraças. Desgraças que, no fundo, são também nossas. Seria bom que este caso de dificílima resolução passasse a ser um emblema de solidariedade para todos os casos que, como este, não poderão deixar de nos impressionar.

Fiquei muito feliz com a sorte dos garotos tailandeses. Que nos dê alívio e sentido de responsabilidade. Que sejam bem-vindos à paz dos seus.

2 pensamentos sobre “OS GAROTOS DA TAILÂNDIA

  1. Também segui com emoção o drama e a salvação dos jovens tailandeses. Admirei sobretudo a capacidade de sobrevivência que demonstraram nos primeiros dias em que estiveram isolados. Penso que nessa altura a atitude do treinador foi determinante. Um verdadeiro “leader”.
    Porem, não cheguei a perceber porque razão eles foram tão longe dentro da caverna. Aventura ?
    Fuga às águas da chuva ?

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  2. E bom, que possamos expressar todo esta preocupação acumulada, com as notícias, destes dias dramáticos, vindos da Tailândia. Admirei a serenidade daqueles jóvens, que no meio daquela imensa escuridão, ainda conseguiam esboçar um pequeno sorriso para as câmaras, sem que víssemos um pequeno clamor ou uma pequena lágrima a escorrer nos seus magros rostos marcados pela fome…!
    Também a coragem daquele grupo de gente corajosa, verdadeiros herois, que sacrificaram as suas vidas em defeza do outro seu semelhante. Pensava eu, que já não havia disto, já habituado a um mundo que se transformou num mundo de egoísmo.

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