Falamos e escrevemos muitas vezes sobre Presidentes de diversos países por razões que se prendem com os seus desempenhos mais notáveis ou, também não poucas vezes, pelos disparates que dizem ou fazem. É agradável podermos falar também do nosso Presidente da República, principalmente quando pensamos que o seu desempenho é merecedor de elogio incontestável. Não vou transformar este pequeno documento numa declaração política, vou apenas satisfazer o meu “ego” com um elogio que julgo merecido num tema que, embora breve, distingue os homens.

Socorro-me das notícias da imprensa e do rápido noticiário da televisão nos quais o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa respondeu, de forma elegantíssima (em minha opinião), a uma crítica inopinada e sem propósito do ex-Presidente Cavaco Silva.  Cavaco Silva comentou, publicamente, que a não recondução da Procuradora Joana Marques Vidal era “algo de muito estranho, estranhíssimo,  tendo em conta a forma competente e o contributo decisivo que Joana Marques Vidal deu para a credibilidade do Ministério Público. E acrescentou que é a decisão mais estranha do mandato da geringonça”.

Marcelo emendou-o: “Quem nomeia a Procuradora são os Presidentes, não são os governos. É uma decisão dos Presidentes. A nomeação da Procuradora foi minha e de mais ninguém. Portanto, o que o Presidente Cavaco Silva, no fundo,  disse,  é que seria a mais estranha decisão do meu mandato.” Afirmando que não comenta ex-Presidentes sugeriu, no entanto, que Cavaco não tinha tido sentido de estado.  “Perante isso, tenho sempre o mesmo comprtamento. Entendo que, desde que tenho estas funções, não devo comentar nem ex-presidentes, nem amanhã quando deixar de o ser, futuros presidentes. Por uma questão de cortesia e de sentido de estado. Por uma questão de cortesia, bom senso, de educação, mas sobretudo pelo respeito pela função presidencial e pelo prestígio da democracia” .

Pouco importa se eu próprio votei ou não em Marcelo Rebelo de Sousa mas, perante esta atitude, não posso deixar de enaltecer a enorme elegância da resposta dada e o benefício que tal posição traz para o país e para as instituições. É bom que Portugal se possa afirmar de forma arrojada, persistente, atrevida e audaciosa, mas elegante, em todos os areópagos onde  os países dizem de sua justiça.  É desta forma que se aumenta o nosso prestígio e se defende a nossa posição no mundo. Muito bem!