Tenho a impressão de que esta palavra ( Brexit ), tem sido uma das mais proferidas em todo o mundo. Uma palavra, que pelo significado que encerra, nos trás um certo desconforto, e uma preocupação quanto ao futuro, cada vez mais incerto…! Também, entre nós, este assunto tem levantado muitas questões e interrogações, na maior parte pela paixão da discussão, que os interesses e nacionalismos geram. Todos sabemos, que quando entrámos para a União Europeia, o povo português não foi ouvido. Apenas escutado por ” olheiros ” ( desculpem-me este termo futebolístico, que também detesto ), que entenderam ser a opinião de um povo, que se iria habituar à ideia, como normalmente se habitua a outras situações. A verdade, é que Portugal tem usufruído, não fora o acontecimento de certas circunstâncias indesejáveis, de um mercado vastíssimo, onde colocar os seus produtos e estabelecer projectos de desenvolvimento, que isoladamente, não teria conseguido.
Hoje, pergunto-me a mim mesmo, com muita frequência, como estaria a nossa situação política ou como estaria a nossa economia se não tivéssemos aderido ao Eurogrupo naquela data. Como nos sentiríamos desconfortáveis, ter que mostrar os passaportes, alguns deles, carimbados com vistos pelas diversas embaixadas, encher as algibeiras com uma variedade de notas de diversas nações, sempre sujeitas às flutuações cambiais do momento. à imprevisibilidade de mercados, consoante as suas necessidades e suas restrições de importação.
Sem me cansar muito com estes problemas costumeiros de alfândegas, coisa que muitos milhões de europeus já nem sabem como isso era, coloco-me mais na situação daquele britânico, que chegado ao seu tempo de férias, se dispunha habitualmente, a viajar para um sítio simpático onde pudesse gozar um pouco de Sol, que necessitava ou de um passeio mais cultural, fortalecendo a sua mente. A forma como o fazia, era já tão natural, que as distâncias se tornavam minimamente banalizáveis. O seu ar mundano, emprestava-lhe uma personalidade e uma postura, de uma cidadania própria de uma metrópole. Cá entre nós, para certos níveis de educação, não passavam de ” beefs ” ou de ” camones “…!
De facto, a Europa, sempre recebeu os britânicos com a cordialidade e o respeito merecido, obtendo deles os elogios, a forma civilizada como se comportavam, e quantas das vezes, tornando certos locais como de referência turística. O caso de Nice, com ” Le Promenade des anglais “, Le Touquet, no Norte de França, onde um monumental hotel ostenta o nome de Le Westminter, ou aqui tão perto de nós ( passe a expressão ), a simpática Biarritz, na zona basca de França. E o que nunca nos poderemos esquecer, aqueles 12 dias, que Churchil passou hospedado no Hotel Reid´s do Funchal, pintando as belezas da ilha da Madeira…!
Aqui, entre nós, para não falar do Estoril, toda a Lisboa e Porto, e todo o historial relacionado com o vinho do Porto, também poderemos concluir que a Praia da Rocha e Albufeira, se tornaram bem mais famosas, com a procura do seu Sol, pelas preferências britânicas…!
Não se sabe, se a próxima sexta feira será decisiva para se formar a ideia do começo do desmantelamento de uma decisão obscura, que a todos nós europeus nos tem deixado bastante apreensivos, quanto ao futuro desta Europa. Ela poderá ter uma ou mais velocidades, até ao nivelamento de evolução dos seus parceiros, o que não poderá ter, nunca, é de uma marcha a trás, que nos leve a todos para um passado, de há muitos anos, que jamais queremos recordar…!

Isto do Brexit só lá vai com bola de cristal… E há quem diga que a tem…
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