WIMBLEDON – 4:57

 

Ontem foi realmente arrasador em termos desportivos: para os portugueses em especial e para os apreciadores de ténis em todo o mundo. O meu amigo Frederico Fonseca Santos escreveu ontem, neste blogue, um interessante texto sobre o hoquei em patins e a vitória de Portugal no Campeonato do Mundo. Coisa que já não acontecia há 16 anos e que deixou o país inteiro à beira de um ataque de nervos. A equipa foi fantástica mas o nosso guarda-redes defendeu tudo o que havia para defender, ao ponto de, os menos identificados com a modalidade, terem rapidamente decorado o seu nome e gritarem por ele (em casa, ao pé das televisões) cada vez que a bola se aproximava da nossa área ou que era marcada uma penalidade contra a nossa equipa. Assim se distinguiu um herói que já o era para os mais conhecedores. Foi uma transmissão arrepiante da RTP (em boa hora) e que deixou os portugueses exaustos. Claro que não houve manifestações na rua, como acontece com os feitos do futebol ( e muito bem aponta o meu amigo no seu texto) mas já se sabe, é assim com as modalidades às quais se dá menos visibilidade. Julgo, no entanto, que hoje, à sua chegada ao aeroporto, a multidão vai ser enorme  e a ida a Belém de toda a equipa não deve demorar…

Mas, ao mesmo tempo que tinha lugar esta transmissão,  íamos também vendo (os apreciadores, claro, e os que tinham acesso ao canal televisivo conveniente) a final masculina do torneio de ténis de Wimbledon, uma das provas mais carismáticas do Ténis mundial.  Já tive a felicidade de estar presente numa dessas finais (há já alguns anos) e senti o ambiente especial que se vive naqueles jogos. Acontece, no entanto, que a épica final de ontem ficará para a história de Wimbledon como, até à data, a mais longa de sempre : 4 horas e 57 minutos. Roger Federer e Novak Djokovic materializaram uma partida que, sem dúvida, ficará nos anais do ténis. O confronto teve lugar entre dois atletas e amigos que se respeitam, um no topo da classificação mundial nesta altura (Djokovic, com 32 anos) o outro , Federer, com 37 anos, de momento uns poucos lugares abaixo na classificação (o que não é significativo).  O que se viu de qualidade de ténis não é vulgar e, diga-se de passagem e como ambos no fim declararam, qualquer um deles podia ter ganho. As regras de Wimbledon exigem que o 5º set só possa ser decidido (se se forem verificando os empates) ao 12º jogo e, neste caso, em caso de igualdade, com o famoso “tie-break”. Foi o caso de ontem: depois de “sets” com resultados de 7-6, 1-6, 7-6, 4-6 havia que resolver a partida no 5º set, e esse acabou com 13-12 para Djokovic. Foi realmente emocionante o que se exigiu dos dois jogadores, física e mentalmente. O público presente no estádio percebeu e empolgou-se. E nós, em casa, empolgámo-nos também, ao mesmo tempo que os nossos hoquistas iam avançando para a tão desejada vitória.

No fim, Federer disse que tinha dado tudo o que tinha e Djokovic acabou por dizer o mesmo, embora com menos 5 anos de idade. Mesmo nos momentos mais complicados  disse, no fim, “que nunca tinha perdido a confiança”.  Grande jornada de ténis para os apreciadores da modalidade.

Mas para quem sofreu ontem pelos hoquistas e pelos tenistas só pode ter adormecido à noite com um calmante qualquer. Fica tudo isto aqui como um elogio ao Desporto.

 

PS: Escrevo hoquei à moda antiga, com H ao princípio. Desculpem.

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