Um mundo maravilhoso ? Talvez, mas…!

Não sei se acontece com muitos, mas o desespero multiplica-se, quando as avarias acontecem em alturas que mais falta fazem. Hoje, com os novos sistemas simplificados de comércio, tudo se torna mais fácil, enquanto a existência de garantia, nos permite trocar a peça avariada.

Caso contrário, lá teremos que desembolsar mais uns cobres, para a aquisição de um novo aparelho ou a tal ferramenta de bricolage, que tanto apreciamos. Mandar arranjar, além de ser difícil encontrar alguém que saiba do assunto, também não nos garante um bom serviço … ! E nestes últimos tempos, parece-me que tudo se complicou, desde a máquina de lavar-louça ao computador, foi tudo como num ciclone. A verdade, é que nem sempre nos damos conta do tempo de serviço prestado ao fim de tantos anos, do tal aparelho ou da máquina, ou ainda da tal ferramenta que usamos vezes sem conta, nem sempre bem tratada. E hoje, a electrónica, que entra em tudo que mexe e gira, põe-nos a pensar como tudo, no inicio, era simples e nos fazia pensar o que aprendemos com Isaac Newton e as suas teorias sobre a inércia. Tão simples, como ver um jogo de carretos de várias dimensões, a rodar, multiplicando ou reduzindo velocidades ou esforços, para determinados fins…! Como as peças de um relógio, que tantas vezes abrimos, em criança, para apreciar todo aquela dança mágica do tic-tac. Ou as do brinquedo de corda, que acabava sempre por partir e acabar no caixote do lixo. As peças, estavam lá ! E bem visíveis ! O que não acontece, na nossa santa ignorância tecnológica de muitos de nós, que por mais que olhemos, só vemos, diodos, resistências com vários códigos de cor, condensadores e relés, exercendo um trabalho preciso, invisível, de magia, com ou sem wireless, percorrendo o mundo em fragmentos de segundo. Um trabalho fiel, como poderia ser o de um vulgaríssimo telemóvel, ou de um computador, bastante mais sofisticado, emitindo ordens a uma máquina bruta, que obedece cegamente, através de um elaborado programa CNC, ( Computer Numeric Control ) tão utilizado na robótica dos dias de hoje. E de um futuro que se nos apresenta, cada vez mais dúbio. Uma ciência, que tanto poderá ser utilizada para a felicidade do ser humano, como para a sua destruição.

E hoje, o que vemos ? A preocupação com a superprodução, ultrapassando a inicial ideia de produzir mais barato e em maior quantidade, como foi a produção em série, iniciada por Henry Ford, seguida por todos os fabricantes de automóveis de Detroit, numa sequência de progresso, que se tornou um exemplo para todo o mundo, até há bem poucas décadas. Uma sequência de produção mais inteligente, onde o trabalho se tornava sistemático e mais especializado, não sem alguns traumas da habituação, tão bem caricaturisado no cinema mudo, pelo genial Charlie Chaplin, em Tempos Modernos. Uma superprodução, ou talvez não, robotizada, com a finalidade de reduzir despesas de produção, compreensivas, sob o ponto de vista empresarial, onde a mão de obra se torna diluída, pelo número de peças fabricado, embalado e armazenado, à espera de quem a consuma…!

Embora, tudo isto nos pareça linear, tudo se complica, quando a mão de obra começa a sentir-se substituída, quase proibida, quase descartável, como se tem sentido em países desenvolvidos, envoltos em crises económicas, como o caso da Alemanha de hoje, já a braços com o problema de substituição de tecnologias, numa das sua grandes indústias, como a do automóvel. Como dizia, um dos anúncios de marca, ainda recentes, ” Wir leben autos “. Mas que autos, quando um motor a Diesel ou mesmo a gasolina, necessita, possivelmente, dez vezes mais operários do que movidos a electricidade, hoje, tão propagado pelos políticos ecologistas ?

Com toda a certeza, de que não vamos ver um mundo novo, de braços cruzados…! A máquina a vapor, também trouxe muitos amargos de boca e o espectro do desemprego. Talvez, em parte, compensado pela exploração da hulha, para as mesmas máquinas, nas minas de toda a Europa. Tudo isso, já pertença de um passado longínquo, em que o homem teve a inteligência de saber adaptar-se . Apenas, nunca soube livrar-se dos seus próprios conflitos…!

Um pensamento sobre “Um mundo maravilhoso ? Talvez, mas…!

  1. Nem de propósito tenho a máquina da roupa avariada. Como já tem uns anos, não está na garantia. Chamei um especialista para ver do que se tratava na realidade e o valor em que ficaria um possível arranjo. Pois… o arranjo fica ao preço de uma máquina nova porque as peças necessárias têm que ser da marca e são caras.
    Assim, depois de ter avariado a máquina da loiça (diga-se que esta durou 20 anos) e de ter comprado uma outra no final do ano passado, agora lá terá que ser a máquina da roupa que ainda mais necessária é aqui em casa…. que fiquemos por aqui!!

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