Dia difícil este, para todo o mundo, falar de saúde com todo o sofrimento que por aí corre muitas vezes por falta dela. Talvez seja, no entanto, mais uma excelente oportunidade de se abordar o tema. A saúde é, sem dúvida, o bem mais caro que desejamos preservar. Para nós e para todos. Por isso se criou em 1948 a Organização Mundial de Saúde com o objetivo essencial de zelar, ajudar, contribuir, normalizar a administração da Saúde em todo o mundo. Não tem sido uma missão fácil mas todos conhecemos os benefícios que os países têm usufruido com a existência da Organização. Cabe depois, naturalmente, a cada um deles, organizar o seu próprio sistema de modo a que as suas populações beneficiem do bem mais valioso que se lhes pode proporcionar. Os sistemas de Saúde são diferentes de país para país: uns são públicos, outros completamente privados. O Sistema de Saúde português é dos mais prestigiados da Europa e do Mundo, atendidas que serão, naturalmente, as diferenças financeiras entre os diferentes países.
Com esta terrível pandemia que assaltou o mundo os diferentes países têm reagido, com atraso, a uma sobrecarga inesperada de solicitações e desgraças. Tem sido difícil, e vai continuar a ser, fazer frente às permanentes necessidades que, dia a dia, se revelam mais gravosas. Quando tudo começará a diminuir é coisa que os cientistas ainda não nos conseguem dizer. Mas o que se sabe é que o desempenho do Sistema de Saúde em Portugal tem correspondido, na medida do possível, à catarse coletiva que se vive. Basta consultarmos os órgãos de comunicação dos outros países para percebermos que as dúvidas são as mesmas ou, muitas vezes, bastante mais graves que as nossas. Claro que, apesar da aparente unanimidade das pessoas e instituições em proclamar os seus apoios às medidas tomadas, muitas delas parece fazerem parte de um “exército” de maledicência e de crítica que, na maioria dos casos carece, em absoluto, de sustentação. Só um pequeno exemplo para ilustrar a má fé ou ignorância de quem pergunta. Tem surgido a questão, posta por “ilustres” interrogadores, dos aparentes dados erráticos nas variações percentuais de infeções apresentadas pela Direção Geral de Saúde, insinuando que nada daquilo era feito com rigor ou com seriedade. Felizmente que um cientista português, de incontestável sabedoria, Professor César Laia, da Universidade Nova de Lisboa, veio apresentar um gráfico elucidativo da realidade vivida.
O gráfico representa as variações percentuais diárias na Alemanha e em Portugal desde que foram atingidos os 100 casos. Surpresa: a linha vermelha é a alemã, a verde é a de Portugal. Os pontos a negro definem as linhas de tendência. Não era bom que se evitassem os disparates e se estudassem os assuntos antes de fazer perguntas idiotas? Temos que viver estas nossas tormentas, com paciência, humildade mas com muito respeito por quem toma decisões difíceis e, muitas vezes inéditas, lembrando-nos sempre da multidão de excelentes profissionais que enxameiam os hospitais do país para preservarem a nossa saúde. No âmbito do nosso Serviço Nacional de Saúde, ao abrigo das regras disseminadas pela Organização Mundial de Saúde e pelas instituições científicas portuguesas. Tudo isto apetece dizer num Dia Mundial da Saúde que só aparentemente será de má memória. Recordaremos sempre os extraordinários feitos neste dia conseguidos em prol da saúde em todo o mundo. Porque, para além de tudo isto, está a ser vivido o terrível drama dos refugiados na Europa, confinados em condições sub-humanas e que, desgraçadamente, não nos deixam dúvidas quanto à explosão de padecimentos que ali irão surgir.
Já agora, e apenas por mera curiosidade, acabamos todos de saber que um tigre do Jardim Zoológico de Nova Iorque foi infetado com o Covid19 a partir de um seu tratador que estava infetado. Nova pergunta para o mundo da Ciência: a doença transmite-se de humanos para animais ou só entre humanos? Parece que em Hong Kong já terão aparecido uns gatos domésticos com a doença dos donos. As instituições de saúde disseram que isso não era possível e que “não dessem beijinhos aos gatos”… A evidência científica tem aqui mais uma trabalheira para nos dar provas num ou noutro sentido. Coitado do tigre…