Aqui têm… Para aqueles que não se lembraram ou não foram avisados de que hoje, 22 de Maio, é o Dia Mundial da Diversidade Biológica, cá estamos para vos dar um pequeno apontamento. Não se martirizem com isso porque, nos tempos que correm, há dias mundiais para quase tudo, às vezes para coisas que nem nos ocorreria.
Mas este acho que merece uma chamada de atenção. A Diversidade Biológica é defendida e promovida pela UNESCO, através de uma Direção Geral. A sua Diretora Geral, Audrey Azoulay, vem a terreiro com uma mensagem que tem tudo para que possamos concordar com ela. Diz na sua mensagem que “a biodiversidade é um bem comum, um património extremamente valioso construido ao longo de milhões de anos, um capital que devemos transmitir às gerações vindouras.” Nada mais acertado nem menos discutível. A diversidade biológica defende, no fundo, tudo o que na Terra tem vida: plantas e animais. De que espécies forem. E aconselha que todos os países, através dos seus governos, defendam esse capital que não é, no entanto, um bem inesgotável. Depende de tudo o que Homem fizer em seu benefício e para a sua salvaguarda. E, infelizmente, sabemos como muitos desses tais governos não só não defendem como violam e atacam o que de mais perene existe entre nós. Audrey Azoulay termina o seu apelo relembrando um belo provérbio indiano : “A Terra não é uma herança dos nossos pais, é antes um empréstimo dos nossos filhos”.
Não propriamente para comemorar mas, antes, para rever e relembrar a amostra animal que vive perto de nós, fui hoje visitar o Jardim Zoológico de Lisboa. Coisa que, confesso, não fazia há anos, passados que foram os anos pré-25 de Abril, em que certos encontros eram lá feitos, e, mais tarde, a época dos netos. Em miudo ia lá com frequência com os meus pais, sempre com a “desculpa de ir fazer uma visita à família”… Mas hoje voltei, sabendo, porque são públicas, as enormes dificuldades financeiras que o Jardim atravessa. Como, aliás, a maior parte das atividades dedicadas ao lazer. Estava pouca gente, algumas famílias com os filhos pequenos, claro, e algumas esplanadas oferecendo poucas coisas que a pouca clientela também não procurava. Mas isso já eu esperava e não foi grande surpresa. O que verdadeiramente me entristeceu foi o estado de difícil manutenção em que o Jardim se encontra. Há umas obras em curso, na sempre simpática zona dos elefantes, que estão paradas muito possivelmente por falta de verba. Sabemos que os animais que por lá estão em nada se incomodam com os visitantes, grandes ou pequenos. Se estão deitados a dormir, assim continuam e a animação para a miudagem é quase nula. O teleférico está a funcionar mas apenas vi uma cabine ocupada. As outras atrações (como os golfinhos, o bosque encantado , por exemplo) estão encerradas ao público. O que se compreende. Inaugurado em 1884, num local privilegiado de Lisboa, dispõe, segundo o seu Mapa de Exploração, de mais de 2000 animais e 350 espécies distintas. Não conseguimos vê-los. Independentemente da crise atual, julgo que o nosso Zoo já vinha padecendo, há muito tempo, de graves problemas financeiros. Existem uns patrocinadores que dizem apadrinhar algumas das espécies que por lá se encontram, mas esta atitude de patrocínio, mecenato, doações ou apoios não está ainda na “massa do sangue” dos portugueses e das empresas portuguesas. Os benefícios fiscais para esses apoios não são suficientemente atraentes e, portanto, os meios alheios à bilheteira são escassos. Há, realmente, uma falta de dinâmica no nosso Jardim. A instituição tem que se modernizar, tem que se reinventar, tem que se tornar verdadeiramente atrativa para os novos visitantes, os mais pequenos, para que eles se entusiasmem com todos aqueles animais (alguns já muito envelhecidos) e os possam comparar com os outros que eles vêem abundantemente nos documentários da televisão. Sabemos que este problema é essencialmente financeiro e que perpassa por todos os Zoológicos de outros países. Mas existem programas de modernização que a respetiva Organização Internacional está a desenvolver e que os responsáveis pelo nosso terão que percorrer.
A tristeza que hoje vivi não pode ser verdadeira. Os únicos que me ligaram e se “meteram comigo” foram as lindíssimas araras com as suas provocadoras cantilenas. Mas, cuidado, isso não chega. O Oceanário, por exemplo, conseguiu ser muito mais sedutor para a juventude do que está a ser o Jardim Zoológico. Alguém tem que pensar no assunto a sério para que o Dia Mundial da Diversidade Biológica esteja ali espelhado com modernidade. E, lamento dizê-lo, neste momento está muito longe disso.
Também tenho muito boas recordações do “Jardim Jaleco” como criança, como pai e como avô. O restaurante do Jardim das Rosas era um encanto.
Com imaginação, há que tornar novamente atractivo o Zoo. Talvez visitas guiadas com professores e alunos das escolas
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Seria imperdoável, não mencionar aquelas manchas amarelas na pele das girafas ! Diria que era do fígado, como afirmava Vasco Santana num daqueles filmes hilariantes do cinema português. E tantos pais e avós, que levaram a miudagem, numa tarde ensolarada de domingo, ao Jardim Zoológico, fazendo justiça a um dos melhores jardins da Europa..! E este dia, tão bem representado e lembrado neste Blogue, que me passava completamente despercebido, entre tantas notícias repetidas, levou-me a ter que programar urgentemente, também, um pequena digressão pela floresta africana, cá dentro, como convém !
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