Os tempos que vivemos são, na realidade, muito dolorosos, muito exigentes, muito pressionantes em termos sociais e psicológicos. O dia a dia alterou-se, parou em muitos casos, a vida escoa-se sem a podermos recuperar. Os dramas de quem tem que trabalhar para viver são angustiantes, as desigualdades sociais agravam-se inapelavelmente. Teóricos ou falsos “profetas” anunciam o apocalipse, o fim do mundo. Outros recorrem à História para recuperar tudo o que o nosso mundo já sofreu e a capacidade que teve de se regenerar. Muitos de nós já viveram situações muito difíceis, nenhum de nós terá passado por esta experiência tão abrangente e enigmática. O como, o quando e o se são as interrogações mais frequentes para todas as nossas dúvidas.
Estamos a começar uma nova fase de isolamento doméstico, de confinamento como agora se diz, o que muito nos limita as vidas e as comunhões humanas com amigos e entes queridos. É isso que está determinado e é isso que teremos que cumprir. Mesmo que muitas opiniões sejam discordantes, principalmente porque não têm que decidir, basta-lhes opinar. É bom que respeitemos estas duras imposições para, com solidariedade, nos protegermos mutuamente.
Por isso vos quero dizer hoje que aqui, no nosso blogue, não estamos confinados! Podemos continuar a gozar da nossa total liberdade de opinião, a dizer o que nos apetecer, com correção e sustentação na verdade. Queremos ser imunes a todas as mentiras que se propagam com rapidez instantânea, denunciá-las sempre que possível, sem deixarmos de dar as nossas opiniões, subscritas, sobre os temas que nos possam atormentar. A nossa “liberdade de escrever” permite-nos rejeitar os Trumps, os Bolsonaros, os Erdogans, os Orbans, os Putins e tantos outros que pretendem comandar este mundo . Mas permite-nos também discordar ou aprovar o que muitos outros vêm fazendo com as sua opções que, em regimes de liberdade, são legítimas embora nem sempre universalmente aceites. Aqui, podem escrever à vontade!
Resta-nos a Esperança e, nestas alturas, nunca é demais recorrer às palavras sábias de Sophia:
Liberdade
O poema é/A liberdade
Um poema não se programa
Porém a disciplina
-Sílaba por sílaba-
O poema emerge
– Como se os deuses o dessem
O fazemos
O novo confinamento é mais uma imposição dura naquilo que gostaríamos de fazer.
Mas, aproveitando o tempo disponível, vou tentar fazer o que tinha pensado fazer da outra vez e não fiz .
Se calhar “não tive tempo”…
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