Celebra-se hoje o Dia Internacional da Mulher na Ciência por deliberação da ONU de 2015. Iniciativa louvável pelo reforço que traz à Mulher, em todo o mundo, numa das atividades mais importantes para o futuro da humanidade. Nesse ano o relatório do “Gender in the global research landscape” indicava que entre 2011 e 2015 se tinha apurado uma percentagem de 49% de mulheres na área da investigação científica em face dos 51% de homens na mesma área. Valor interessante e já muito equilibrado, levando em conta os progressos das sociedades no mundo inteiro.

O “Diário de Notícias” de hoje inclui um texto da jornalista Céu Neves que relata resumidamente as vidas de quatro jovens cientistas portuguesas. Apela, principalmente, às dificuldades de conciliação das atividades do quotidiano com as imposições da investigação. As quatro cientistas são: Ana Machado, de Leiria, doutorada em Bioengenharia; Zita Santos, de Fátima, doutorada em Microbiologia e Genética; Clara Ferreira, de Coimbra, doutorada em Biologia e Geologia; Sílvia Henriques, de Caldas da Rainha, doutorada em Biotecnologia e Biociências. Achei excelente esta amostragem do que já se faz de investigação científica em Portugal. E reparei também na coincidência de as quatro jovens serem todas originárias da zona centro do país. Não sei qual foi o critério da escolha mas poderá ser um bom indicador de extrapolação para o que acontece, decerto, em todo o país.

Aproveito a oportunidade para relembrar uma conversa/entrevista que realizámos neste blogue no dia 27 de Janeiro de 2020 com uma cientista investigadora da Universidade de Lisboa, Luísa Corvo. É atualmente sub-diretora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, colabora no Departamento de Farmácia Galénica e Tecnologia Farmacêutica, no Instituto de Investigação do Medicamento e no Grupo BioNanoSciences – Drug Delivery and Immunotherapy. Podem rever a conversa que tivemos com ela consultando o nosso blogue ou o YouTube: “Velhos São os Trapos – à conversa com…”.

A celebração do Dia de hoje não deve passar despercebida. Mulheres e Homens em todo o mundo estão envolvidos em atividades científicas verdadeiramente marcantes para o futuro da humanidade. Estamos a viver, presentemente, uma terrível pandemia viral que nos alertou para o papel relevante e definitivo que a Ciência tem vindo a desempenhar no combate a esse novo inimigo. A este seguir-se-ão outros, no futuro, e todos contaremos com os cientistas para a eles se oporem com a descoberta de novas vacinas e novos métodos interventivos.

E em Portugal há, pelos vistos, uma massa crítica de gente da Ciência que deve ser estimulada e apoiada. Recorro aqui ao livro do meu Amigo Nicolau Santos com o título de “Portugal Vale a Pena” em que enumera com imenso pormenor tantas áreas de desenvolvimento do país nos últimos 30 anos, muitas delas relacionados diretamente com as atividades científicas. Sim, relacionando o artigo de hoje do DN com o livro de Nicolau Santos, pode-se concluir que existe um caminho importante que está a ser percorrido também por muitos jovens portugueses, mulheres e homens. Os que fazem parte do Portugal Positivo.

Celebremos também o Dia Internacional da Mulher na Ciência esperando que o seu sucesso contribua para o desenvolvimento e paz no mundo.