Ainda às voltas com as ameaças pandémicas e envolvidos numa letargia estival, lá vamos lutando contra esse fantasma do alheamento, da obsolescência, da ausência de amigos, do desinteresse generalizado e compreensível de ler seja o que for ou, muito menos, pensar sobre seja o que for. Os nossos quotidianos são preenchidos com as máscaras, com a repetição à náusea das mesmas vacinas apresentadas na TV, com os distanciamentos físicos não respeitados, tudo agora abrilhantado com os barbudos talibans do Afganistão que clamam pela independência sabendo, antecipadamente, qua as centenas de tribus de outras confissões não lhes darão nem sossego, nem paz. Um monumental saco de gatos de que o mundo fica à espera para ver quais os que de lá sairão mais arranhados ou mais obedientes.
Mas não é disso que queremos tratar hoje. Queremos continuar o que começámos em 15/8/2021 e tentar saber o que é feito dos nossos entrevistados do ano passado que tanto prazer nos deram com as suas belas e educativas conversas que poderão revisitar, se o desejarem, no nosso blogue ou, em vídeo, no sempre presente YouYube.
Vamos hoje descobrir e perceber o que a nossa convidada cantora lírica Carla Caramujo tem feito durante todo este tempo. Não foi difícil. O facto de sermos amigos de FBook permitiu-me ir acompanhando as suas atividades e os convites que foi recebendo. Carla Caramujo é, como pudemos observar na conversa/entrevista, uma lutadora indomável. Consegue conciliar a vida familiar com as atribulações e o esforço titânico dos ensaios das peças que vão integrando o seu repertório artístico.
Sem pretender ser exaustivo registei a sua participação na Ópera “La Serva Padrona”, de Pergolesi. Faz nessa peça o papel de Serpina, a famosa e encantadora criada.

As críticas foram extremamente favoráveis o que diz bem do relevo que Carla Caramujo ganha na área lírica.
Na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, deu uma série de concertos acompanhada ao piano por Priscila Bonfim, uma das melhores pianistas clássicas brasileiras.

Para além de ter participado no “Barqueiro de Hades” e num recital no Mosteiro de Sto André de Arcede, Baião, no passado mês de Julho,(tudo na zona do Douro), protagonizou o concerto “Clamor de Maré Cheia” com um quarteto de cordas.

Prepara-se agora para desempenhar o papael de Brigita na Ópera “Iolanda” a estrear em Dezembro próximo no Teatro Nacional de S. Carlos.
Não se pode dizer que o tempo de pandemia tenha eliminado tudo. As Artes, uma atividade das mais sensíveis e afetadas nos últimos tempos, têm revelado robustez, mérito, claro, de grandes artistas e de grandes desempenhos. Aqui fica uma palavra de louvor e de parabéns à nossa convidada de Novembro de 2020 e um muito obrigado pela mensagem de esperança que, nessa altura, tão bem nos soube transmitir.