Há dias em que nos apetece sair, procurando novos horizontes, na procura de paisagens que nos façam esquecer os dias preocupantes que vamos somando a tantos outros, quase sempre iguais. Optámos por um passeio pela Serra da Pena, ainda com alguma folhagem com as cores do Outono. A paisagem serrana, com os seus montes e vales, deslumbram-nos sempre, a cada momento e a cada final de curva das suas estreitas estradas municipais. Embora sabendo o que procurávamos, lá mais ao longe, começámos a ficar admirados com a imagem de uma construção em feitio de um palácio medieval, meio escondido entre o arvoredo e a escarpa da Serra. O estado da estrada pedregosa, cheia de sulcos provocados pelo abandono e pelas chuvas de vários anos, dificultava-nos a subida, tornando-se difícil para um carro citadino. Avançámos a pé até ao local, cuja subida nos obrigava a parar por momentos. Uma arquitectura de aspecto pesado, mostrava-nos o que dificilmente conseguíamos imaginar de longe. Uma construção cinzenta, feita em blocos graníticos bem talhados, mostrando a sua majestosa imponência, quase sinistra, perante aquela subtil paisagem do vale que se lhe estendia pela frente.
Uma construção que nunca foi acabada e em ruínas, que se destinava a um Hotel Termal, cuja grandeza nos pareceria mais um velho e misterioso castelo perdido nas brumas da velha Escócia, ainda que estes pobres fantasmas não soubessem tocar as Great Highland Bagpipes.
As fotos, que apresento, talvez não consigam mostrar a monstruosidade do empreendimento, nem a situação que resta de todo este investimento nos poderá mostrar como seria a vida e benefícios ( ? ) destas Termas de Rádium, utilizando as suas águas radioactivas.
Uma longa história, que teve o seu início ainda antes da 2ª Guerra e terminou pelos resultados insatisfatórios e perigosos, de umas águas ainda mal estudadas naquela época.




Bela viagem a um local que não conheço. Textos destes são importantes.
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