REUNIÃO DESCONFINADA

Pudemos finalmente cumprir uma promessa que havíamos feito há mais de um ano, de reunir todos os nossos 13 convidados/entrevistados que, de Dezembro de 2019 a Dezembro de 2020, nos deram o privilégio de se juntarem a nós, um em cada mês, para trocarmos algumas impressões sobre as suas vidas . Não foi possível realizar essa reunião em datas anteriores porque a inefável pandemia nos privou, a todos, de conviver, de trabalhar, no fundo, de viver normalmente. Foram tempos duros, que ainda não terminaram, e que se têm vindo a agudizar com o absurdo de uma guerra iníqua, despropositada e obscena que vem alertar o mundo para as erupções de loucura a que a humanidade está sujeita.

Mas havia uma promessa e as promessas são para cumprir. E chegou a altura. E cumpriu-se. No passado dia 29 de Junho conseguimos reunir o maior número possível desses nossos convidados. Apesar das entrevistas, muitos não se conheciam entre si e esse era o móbil essencial da reunião: promover os conhecimentos e trocar ideias sobre assuntos tão diversos como são os de cada um deles. Não houve algoritmo que conseguisse uma unanimidade de presenças . As suas vidas profissionais, os compromissos irremediáveis fizeram com que alguns não pudessem comparecer. Mas falaram, comunicaram atempadamente, tentaram impossíveis mas alguns não conseguiram. Não faz mal. Para nós, todos estiveram presentes e pelo que se passou nesta reunião ficámos certos que outros encontros com estas personalidades virão a acontecer. Já houve sugestões.

A reunião teve lugar no CIF, clube a que nos ligam longos e fortes laços de amizade e participação, local, aliás, onde tiveram lugar algumas das entrevistas realizadas. O nosso anfitrião, o atual Presidente do Clube, aceitou o nosso convite para estar presente e compareceu durante algum tempo para nos acolher e desejar sucessos para todos e para o blogue, de que já tinha, há algum tempo, tomado conhecimento. A fotografia que a seguir incluimos foi tirada no início do encontro, antes de alguns outros convidados terem chegado. Faltou-nos a mão certa da mentora e coordenadora habitual destas conversas, a Cristina Marques da Silva, que apenas pôde ser vista por FaceTime, recolhida no seu leito de Covid. Já está mais recuperada ao dia de hoje e continuaremos a contar com ela nos “empurrões” deste nosso blogue.

Nesta foto estão dois dos colaboradores do blogue (o Frederico Fonseca Santos e o Rui Frias), a cientista bioquímica Luisa Corvo, o arquiteto Paulo Azevedo, a oficial da Armada Maria do Céu Nascimento, o antigo Presidente do Comité Olímpico de Portugal e do Sport Algés e Dafundo, além, também, de oficial da Armada, José Vicente Moura, e o engenheiro e teclista da banda “Os Sultões do Swing”, João Pedro Marques da Silva, além de mim próprio, claro, que tirei a fotografia. Após a fotografia ainda se juntaram o editor da Colibri, Fernando Mão de Ferro e a jovem médica Inês Mendes. Fica provada a falta de zelo e de oportunidade do fotógrafo (eu próprio) que, com o entusiasmo das conversas se esqueceu de as documentar de forma mais abrangente. Aqui ficam as nossas desculpas.

O sucesso do encontro foi indiscutível. Falou-se de imensa coisa, trocaram-se opiniões interessantíssimas, navegou-se na cultura e no conhecimento. Saboreámos relatos do passado e abordaram-se preocupações para o futuro. Pessoas que não se conheciam passaram a fazer parte de uma mesma tertúlia, acompanhada, modestamente, de uns agradáveis aperitivos de fim de tarde. Aproveitámos o ensejo e oferecemos um livrinho com textos selecionados do ano de 2019 dos “Velhos São os Trapos”. Temos mais exemplares para oferecer a amigos. Vamos tentar continuar com estas pequenas edições para os anos seguintes de 2020, 2021 e 2022.

Falámos dos ensaios em curso no S. Carlos para a próxima época de ópera em que está envolvida a nossa convidada Carla Caramujo que, por essa razão, não esteve presente. A Cirila Bossuet estava numa fila de espera para o “casting” de uma nova atuação teatral mas enviou-nos uma mensagem de tristeza pelo facto de isso a impedir, como se compreende, de estar presente. João Bugalho , Francisco Falcão de Campos e Sérgio Fontão não estavam sequer em Lisboa, envolvidos nas suas usuais atividades. Mas estiveram todos porque de todos se falou.

O que mais nos entusiasmou foi ver o gosto destas conversas entre gente aparentemente tão diferente mas, no fundo, tão cultural e sentimentalmente igual. Ficámos a saber, de forma científica mas simples, como se forma a vacina contra o covid. Ficámos a conhecer as imensas dificuldades em conseguir papel para impressão de livros e outros meios de leitura por causa da guerra em curso na Europa. E falou-se das leituras do livro e do digital. Falou-se de arquitetura e, em especial, de um edifício (a sede do COP) que se candidatou a Prémio Valmor (2000), ano, exatamente em que não houve atribuição desse prémio. Quem não o conhece ficou de o ir visitar. Falou-se muito de Desporto, das suas vicissitudes, da sua ética e da sua má prática.Mas sobressaíram os ideais olímpicos nos quais o próprio Clube onde nos encontrámos se tem sempre revisto. Do muito que se falou todos perceberam que ficou muito por contar. Pelos presentes e pelos ausentes. Por isso a vontade expressa foi a de, em tempo oportuno, promover outra reunião deste género. Talvez se consiga um algoritmo que permita um maior número de presenças.

Mas, para além dos livrinhos distribuidos, apareceram ofertas de alguns dos convidados que enriqueceram aquele momento: o livro “Mulheres e o Mar” (edição da Marinha) faz-nos conhecer a enorme quantidade de mulheres que, em diversas áreas profissionais, se ligam ao mar. Ficámos a conhecer o Guia que nos leva ao conhecimento do recente empreendimento da Estrada Nacional 2 que liga Chaves a Faro. Bom guia de viagem que dá corpo à frase de Fernando Pessoa no seu “Livro do desassossego”: “Viajar? Para viajar basta existir.” E apareceu uma obra que nos transporta às “Iberografias” – Revista de Estudos Ibéricos. E apareceram outras obras de poesia.

Sem me querer alongar muito mais, não posso deixar de agradecer o amável desejo de todos os convidados a estarem presentes neste pequeno e modesto evento. Foi uma reunião com substância, com elegância, com cultura e conhecimento. Estamos certos que se criou uma tendência personalizada de convívio em torno de uma “âncora” maior: a do blogue “Velhos São Os Trapos”. Ficamos todos a pensar numa próxima e apropriada oportunidade para nos vermos de novo. Um Grande Obrigado.

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