As orquestras, e a música que delas emana, dirigidas por Gustavo Dudamel têm um novo sabor, uma enorme e renovada empatia com o grande público. De acordo com os mais variados especialistas internacionais Dudamel deve ser o mais importante maestro vivo, o maior maestro do nosso tempo. A 9 de outubro passado inaugurou-se a época clássica de 2022-23 da Orquestra Filarmónica de Los Angeles. Dudamel, já com os seus 41 anos e a cabeleira irisada de alguns cabelos brancos avançou para o púlpito para, pouco depois, a orquestra iniciar o tema de Star Wars. No fim da peça o público levantou-se, empolgado, com uma ovação que durou uma eternidade. Dudamel agradeceu sem se curvar (nunca se curva nos agradecimentos ao público) mas pediu a todos os membros da orquestra para se levantarem. Deu um grande abraço à violinista solista Anne-Sophie Mutter e outro a John Williams, de 90 anos, compositor e autor da peça que acabara de dirigir e retirou-se para o lado da orquestra, não integrando o trio maravilha que estava em palco. É assim Gustavo Dudamel. Diz ele: “A música não é apenas um elemento de distração da sociedade, é um poder de transformação.”
Dudamel foi educado numa família de trabalhadores, em Barquisimeto, Venezuela. Aos 5 anos foi integrado numa orquestra infantil designada por El Sistema, fundada em 1975 pelo maestro e filantropo José Antonio Abreu e foi, a partir daí, que ele se transformou, segundo as suas próprias palavras. A base da sua vida assenta na frase que ele muitas vezes relembra: “O meu maestro sempre disse que a cultura para os pobres não pode ser uma cultura pobre.”

É nessa linha de pensamento que Dudamel dirige atualmente a YOLA, a Orquestra da Juventude de Los Angeles, na qual todos os instrumentos e lições são oferecidos.
A música transforma as pessoas, dá-lhes felicidade, é perene no tempo. São elementos que podemos desejar nesta mudança de ano. Não só pela música mas por muitos outros factores que permitam a todas as pessoas no mundo beneficiarem dessa felicidade.
Estes são os votos que ocorrerão a todos nós nesta passagem de ano. Infelizmente sem o sucesso, como sabemos, que todos desejaríamos. Mas o exemplo musical de Dudamel talvez possa servir como orientação para esses nossos desejos. Bom Ano, se possível com a música que mais gostem e que mais felicidade vos dê.
Pergunto-me, como que seria o mundo sem música ? Como seria viver num ambiente de austeridade, onde a música não existisse, como a ausência da poesia no meio literário, ou a forma popular de versejar, levando as pessoas a olhar a vida de forma mais abrupta, sem exteriorizar as suas alegrias, as suas paixões ou os seus desgostos ?
E a música, nas suas mais variadas formas de se apresentar, essa mágica forma de recompor os ânimos ? Reportórios românticos ou de cariz heróico, que nos acompanham nos momentos mais diversos da vida, desde a vida simples, até ao apogeu das nações..! A estes maestros e a tantos compositores, devemos este mundo que nos vai sobrando, de tanta brutalidade…!
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