Para quem gosta de ir ao cinema recomendo este filme “Um Reino Unido” que tem passado discretamente pelas nossas salas de cinema, sem grandes encómios por parte dos críticos e com incompreensível distanciamento das redes de promoção. Terá contribuído para este fenómeno o deslumbramento artificial criado pelos promotores dos filmes mais diretamente envolvidos na recente “batalha dos óscares”.
“Um Reino Unido” conta-nos, de forma muito escorreita, a história do homem que criou a República do Botswana, Seretse Khama, e toda a sua luta política para criação do novo estado.
A Bechuanalândia foi um protetorado britânico desde 1885 até 1966. A vida de estudante brilhante de Direito, em Londres, onde conheceu a sua futura mulher, Ruth Williams e todo o seu percurso de Príncipe tribal até à configuração final da independência do seu país, como república democrática, é uma história que merece ser conhecida à luz do que hoje se passa no mundo, em todos os continentes. Um país paupérrimo que cresceu e se dimensionou em torno das suas jazidas de diamantes tem conseguido viver em paz e com prudente distribuição de riqueza pelo seu povo. A luta de Seretse e da sua extraordinária mulher Ruth ficou para a história do novo país. Ele foi o primeiro presidente eleito e o quarto presidente, o atual, também democratimente eleito, é o seu filho Ian Khama.
Ao longo da sua luta podemos relembrar como os grandes políticos também mentem. Winston Churchill não se coibiu de mentir em campanha eleitoral, dizendo que fazia aquilo que não fez depois de ser eleito. Nada a que não estejamos habituados mas que é bom relembrar de quando em vez.
Aconselho que vejam este filme, os que já conhecem a história e os outros que, como eu, não a conhecia com tanto pormenor.