Há quem diga que o Progresso leva Portugal a entrar na Moda. Outros pensam que é a Moda que traz o Progresso ao nosso país. Eu estou a favor dos primeiros…! Quem conheceu o fervilhar de novas indústrias, aparecidas à luz do dia aquando do criação da EFTA, lembrar-se-á do entusiasmo originado pelo progresso que Portugal começou a ter, com a implantação de novas tecnologias, procurando melhores condições económicas para o seu exercício, apesar da situação de guerra no Ultramar. O volume das exportações e importações aumentou substancialmente, tendo a Inglaterra como o maior parceiro para os produtos portugueses. Passando á frente toda aquela época de instabilidade e incertezas do antes e pós revolução, voltámos a sentir uma nova dinâmica com a entrada na CEE. A euforia era galopante, até à crise provocada pelo alargamento da U. Europeia a Leste. A fuga de uma considerável quantidade de indústrias para esses países, tornou difícil a situação de muitos portugueses. E disso, penso estarmos bem recordados.
Incompreensivelmente isolados, mal ou bem, foi feito um novo esforço de reparação de danos financeiros e económicos, sempre agravados com insolvências e o consequente desemprego. A indústria procurava no mercado interno, o escoamento para os seus produtos e uma solução para os seus problemas, abrindo-se também para outros mercados.
Mas este nosso país, com a sua dinâmica, nem sempre mostrada, mas sempre fragilizada pela sua tolerância , devido à sua forma de viver pacífica e sem grande exuberância, voltou a sentir uma nova Primavera, com a ajuda dos dinheiros da entreajuda da Comunidade Europeia. Como todos nos lembramos, uma nova crise provocada pela falência do Lehman Brothers, extensível a toda a Europa, fez colapsar, por arrastamento, um largo sector das nossas exportações, e daí, todo o agravamento de uma economi que parecia navegar a velocidade de cruzeiro. Impreparada para impactos com este tipo de Icebergs nem sempre referenciados nas rotas de navegação, acabou por colapsar, vergando-se às exigências dos mais fortes.
Como qualquer outro país pouco rico em recursos naturais, sempre dependentes da evolução das economias dos outros, fomos vivendo com as flutuações e exigências dos mercados financeiros. Portugal voltou a mostrar o que vale, adaptando – se aos ensinamentos anteriores. Menos eufórico e mais cuidadoso, com o seu sorriso prazenteiro, em lugar de falsa vaidade, foi captando as atenções para as suas verdadeiras capacidades. Os resultados começaram a ser visíveis em muitos e variados sectores…! Não é o caso do turismo, da indústria do calçado e da têxtil, que renascendo das cinzas, começou a sentir dificuldades na obtenção de mão de obra qualificada ? E aqui, o calcanhar de Aquiles…! O investimento e a qualificação !