Antes de iniciar esta segunda croniqueta sobre a viagem, devo corrigir um lapso involuntariamente cometido : a nossa simpatiquíssima e competente guia romena não se chama Ana Dorlan, mas sim Ana Carlan! As minhas desculpas.
Tanto na Bulgária como na Roménia, países de maioria religiosa ortodoxa o santo mais universalmente prezado é o S. Nicolau, das Igrejas Ortodoxas. Há portanto muitas igrejas e mosteiros que lhe são dedicados.
Mas o S. António de Lisboa, que muitas dizem de Pádua, também tem lugar em santuários locais. E com a fama de santo casamenteiro, tal e qual como em Portugal !
O primeiro que fotografei foi na catedral católica de Sibiu, uma cidade da Transilvânia, representado num belo vitral (foto 1 ) e depois na igreja católica da Cidadela em Sighisoara – uma verdadeira cidade museu também na Transilvânia – representado em estátua ( foto 2).Devido à sua fama de casamenteiro,. um dos pés está desgastado de tantas vezes ter sido acariciado por quem queria conseguir o benefício do matrimónio. Numa outra igreja católica cujo nome não me lembro, também vi uma estátua do Santo quase sem um dos pés de tão acariciado que tem sido. Nesta igreja não era permitido fotografar.
Santo António ( Antonius em latim ) dos cristãos ortodoxos ( foto 3 ) é o Santo Antão dos católicos, também designado por Santo Antão do Egipto, Santo Antão, o Grande, Santo Antão Eremita, etc. , nascido no Egipto ( 251 DC-356 DC ). Como se pode ler nos livros, este Santo, nos seus 20 anos de idade, tomado dum grande fervor religioso distribuiu os seus bens pelos pobres e foi viver para o deserto. Aí resistiu a todas as tentações do diabo, imaginadas por Jerónimo Bosch numa pintura célebre, e levou uma vida de asceta chegando ao ponto de nunca se lavar. Só por 2 vezes voltou a Alexandria, uma por solidariedade com os cristãos perseguidos pelo imperador Maximino Daia, outra para combater uma doutrina cristã, depois declarada herética, o arianismo. Esta doutrina negava a divindade da Santíssima Trindade, dizendo que o único Deus era o Deus Pai.
O S. Jorge é um santo guerreiro bem conhecido de todos os cristãos por ter morto o dragão ( não confundir este dragão com o F. C. Porto – uma piada da “geral” ). A personagem S. Jorge existiu mesmo, tendo sido oficial nas legiões romanas, depois tribuno militar no tempo do imperador Diocleciano ( século IV AC ) e mais tarde mandado torturar e matar por aquele por, sendo cristão, se recusar a fazer sacrifícios aos deuses romanos. Já a luta e a morte do dragão ( que representaria o diabo ) não passa duma lenda com pelo menos 2 origens, uma criada por ingleses, outra narrada pelo Arcebispo de Génova Tiago de Voragine em 1275, impresso pela primeira vez em 1470. Na primeira, S. Jorge era natural de Coventry, filho dum Lord Albert (!) ; na segunda era natural da Capadócia, um território localizado no interior leste da Turquia. ( a narrativa completa das lendas pode ser encontrada com facilidade na internet )
Passemos às ilustrações .Na foto 1Na foto 4, a estátua de S. Jorge em Sófia ; na foto 5, um fresco da Igreja do mosteiro de Bachkovo, relativamente perto da cidade de Plovdiv, a segunda mais importante da Bulgária ; na foto 6, infelizmente desfocada, um vitral da igreja católica de Sibiu; e na foto 7 um medalhão pintado a fresco na igreja do mosteiro de Cozia.
A propósito da “ piada da geral “ lembro-me da minha infância quando ia com o meu Pai ao Estádio das Salésias ver o Belenenses não havia geral : havia bancada onde os espectadores se sentavam em bancos de cimento ; superior, semelhante à bancada, mas por detrás das balizas; e o peão, onde as pessoas assistiam de pé. Portanto a piada deve ser do “peão” !
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Esta reportagem, vem confirmar o interesse cultural de um país com uma história surpreendentemente …!
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