O Clube de Pessoal da FIMA-LEVER-OLA organiza durante o ano várias visitas culturais, acompanhadas do Dr. Jorge Gradão, a exposições que merecem ser vistas e comentadas. A mais recente, na manhã de domingo 21 de Outubro, teve como objectivo a exposição “Arte Portuguesa – Razões e Emoções” presente no Museu Nacional de Arte Contemporânea ao Chiado. A mostra, que cobre o período de meados do século XIX até aos anos 80 h, está dividida em 4 secções, a última das quais é dedicada a Carlos Relvas e ao seu pioneirismo na fotografia. Não vou escrever com detalhe sobre o que vi, mas referir apenas alguns pormenores que me impressionaram mais :
1ª A sala reservada à Secção II estava fechada. Falta de pessoal explicou alguém. ( ver 6 ª foto com o narrador em primeiro plano ) . 2ª A pintura de Antonio Dacosta, de 1941, que ele intitulou de “Episódio com cão ” , representando a indiferença de muitos países perante a carnificina em curso na 2ª guerra mundial ; confesso que fiquei triste por o autor ter escolhido o meu belo e seguro desporto da esgrima para ilustrar a morte em combate ! ( ver 4ª e 5* fotos )
3º A escultura de Hein Semke representando o profeta Jeremias, não por me causar um efeito estético superior, mas por me lembrar dos tempos em que aluno do Liceu Passos Manuel subia ao Chiado e tinha por vezes a oportunidade de ver passar o Artista com a sua barba, as suas sandálias e o seu ar de estrangeiro ( ver foto da escultura )
4ª A tela de Joaquim Rodrigo de 1962, ilustrando o cerca da pide à Cantina da Cidade Universitária de Lisboa. Vêm-se os pides, a carro que lançava jactos de água e as carrinhas da pide desenhados com simplicidade mas muito compreensíveis ( ver 3ª foto )
5ª O quadro de Manuel Filipe de 1944, titulado “Os Segregados” mostrando os que não contavam na sociedade portuguesa do tempo ( ver 2ª foto )
6ª Finalmente um grupo escultórico representando Adão e Eva, tendo ela na mão a famosa maçã e no rosto uma expressão de ingenuidade e de desejo. Nada de extraordinário. Mas então porque me impressionou este conjunto ? Porque de repente me acudiu ao espírito ( a mim que sou agnóstico ) o pensamento de que é sem dúvida mais romântico imaginar que somos descendentes dum par inicial, já com os nossos sentimentos de curiosidade pelo desconhecido, do que, de acordo com a teoria evolucionista, termos tido origem num átomo, numa proteína, ou num protozoário ( 1ª foto )
Vale a pena ver a exposição!