Com toda a franqueza, já não se aguenta ouvir falar do Brexit. Escrevemos um texto neste blogue, em 9/6/2017, a que demos o título de “E agora, Theresa?” que parece, lido agora, premunitório. Na verdade, passados todos estes meses, ninguém se entende com nada. A Grã Bretanha lá conseguiu redigir com a União Europeia um rascunho de tratado, com seiscentas e tal páginas, que não agrada a nenhuma das partes, principalmente aos ingleses, escoceses e irlandeses… A Europa (os tais 27) lá aprovaram uma coisa que sabiam que os britânicos não iriam aceitar. As empresas e os bancos sediados em Inglaterra começaram a deitar contas à vida e a enamorar-se de outras terras e capitais para se instalarem. Os que, anteriormente, propuseram e clamaram pelo Brexit desapareceram da circulação dando a entender que não têm nada a ver com aquilo. A Theresa que, nos seus tempos, não foi adepta do Brexit, agora, como Primeira Ministra, acha-se, como uma quiromante, no direito a ler nas cartas as formas de conduzir a cruz ao calvário. E antes da capitulação, lá vai passeando em passo apressado por algumas capitais europeias a pedir que a ajudem. Mas a variedade de sapatos que usa (tal como a Imelda Marcos), todos com pequenos saltos que lhe entortam a espinha e fazem sobressair ainda mais o seu nariz de milhafre, não a levam a porto seguro e lá vai ouvindo as desculpas piedosas de quem não tem mais nada para lhe dizer. O pobre Claude Juncker (desta vez sóbrio) insinuou, ainda por cima, que a política inglesa era “nebulosa”. Theresa May afinou e pediu-lhe explicações. Não… que nada… realmente tudo estava nebuloso mas competia à Grã Bretanha desanuviar a tempestade. E lá se foi embora a Theresa sem nada a mais para explicar aos seus poucos defensores. Enfim, uma tremenda humilhação. Os imensos comentadores que pululam nas televisões e nas rádios, doutores, professores, jornalistas especializados, só sabem dizer que “os dados estão todos em cima da mesa” mas ninguém sabe como isto acabará. Até eu dizia o mesmo e não sou especialista. Houve um professor que chegou a dizer que “isto foi a maior estupidez política que teve lugar nos últimos anos”. Se calhar tem razão mas, tirando uns casos de corrupção, de desvios de fundos, de crimes ou tufões, o resto é só Brexit. Não se aguenta.
E a Rainha de Inglaterra “aos costumes disse nada”… Ela e a Família toda, que não gostariam de se ver envolvidos nesta barafunda sem fim. E se ela for substituida pelo hardeiro Charles, então é que vai ser bom… O silêncio de Buckingam é ensurdecedor. O que será, verdadeiramente, a Raínha? Brexiter ou Remainer? Para os anos que lhe restam qualquer coisa lhe servirá, mas para o seu reino não será completamente indiferente. Nem para eles nem para nós, portugueses, a quem muitos salpicos poderão vir a tornar mais “húmida” a nossa vida diária. E esta Europa, de países que não se entendem muito bem, terá que acelerar os seus treinos organizativos mesmo que para tal tenha que contratar novos e especializados “Personal Trainers”. Os direitismos e interesses corporativos já começaram os seus longos desfiles de greves e manifestações em defesa não se sabe bem de quê, nem contra o quê. Lembram-se do Steve Bannon, o grande mentor e ex-conselheiro do Trump? Pois é… Ele está na Europa há já longos meses, aparecendo em comícios de Le Pen e Salvini, cobrando altas remunerações através da sua empresa de consultoria estratégica. Não se sabe quem lhe paga mas esperemos que não siga o mesmo estratagema de “crowdfunding” que alguns sindicatos parece começarem a utilizar. E isso é ilegal… é crime.
Claro que este texto apenas tenta pôr um pouco de humor no meio desta enorme “chatice”! “Mayday, mayday” é o pedido de socorro que parece toda a gente estar a emitir!
E o culpado desta trágica embrulhada foi o Sr. Camarão ( ou Cameron, se preferirem ). E para piorar as TVs repetem as notícias e os comentários até estarmos nauseados !
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De certo, que vamos ainda ter que ouvir Lady Theresa May, ainda umas boas dúzias de vezes, antes de pedir a demissão…! Ela própria, e o seu apaixonado Boris Johnson, foram de uma inspiração muito divertida, pois que ao dizermos ” Brexit “, já formamos, mesmo que involuntariamente, uma uma expressão sorridente…!
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