DESPORTO E PAZ

Assinala-se hoje o Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e a Paz. O Presidente do Comité Olímpico de Portugal assina, no jornal Público de hoje, um interessante artigo a que chama “Viver o desporto, abraçar o futuro”.

Neste artigo o Presidente do COP destaca principalmente toda a “mobilização que tem sido conseguida pela comunidade desportiva no apoio a pessoas que fogem de países devastados pela guerra”. Enaltece ainda o reconhecimento do desporto como uma via de promoção do desenvolvimento e à inclusão social. Esclarece-nos ainda que o programa desenvolvido pelo COP já atingiu cerca de um milhar de refugiados e deslocados em busca de asilo. Diversas têm sido as modalidades desportivas que, ao longo do país, têm disponibilizado as suas capacidades para acolhimento e integração desportiva de refugiados e deslocados.

Têm sido ultrapassadas barreiras linguisticas, étnicas e culturais e a alguns jovens, com passado desportivo, tem sido prestado apoio direto em modalidades específicas,  com a expectativa de se apresentarem nos Jogos Olímpicos de Toquio 2020.

Segundo o Presidente do COP este programa de apoio tem tido o contributo financeiro da Comissão Europeia, da Solidariedade Olímpica e do próprio Comité Olímpico de Portugal. Mas, segundo diz, “feliz ou infelizmente, não tem havido acompanhamento, político ou financeiro, das autoridades nacionais, de mecenas ou do tecido empresarial.” Porquê? Esta declaração do Presidente do COP ressoa como um grito de indignação para aqueles que, dizendo-se solidários com o tema, não conseguem decidir sobre tantas formas possíveis de apoio efetivo.

Dediquei  parte dos 32 anos da minha vida ativa às causas do Desporto, ao dirigismo desportivo, à solidariedade, ao ensino e educação desportiva, e também ao apoio a diversos países das nossas relações,  com enormes dificuldades logísticas e financeiras. Fi-lo também como membro do Comité Olímpico de Portugal. Como Chefe de Missão assisti, vivi, acompanhei e exultei com a primeira delegação olímpica de Timor Leste nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000. Desfilaram, na cerimónia de abertura, com as bandeiras do Comité Olímpico Internacional e das Nações Unidas porque a sua realidade, como país, ainda não tinha sido concretizada na Assembleia das Nações Unidas. Foi a delegação mais aplaudida naquela noite, só ultrapassada, logo a seguir, pela da Austrália que encerrava o desfile. Sei como é difícil obter apoios para causas humanitárias  mas custa  compreender como, até esta data, as entidades públicas e privadas ainda não se aperceberam da extraordinária dimensão desta missão desenvolvida pelo COP.  O “quase grito de desespero” do Presidente do COP deveria ser ouvido e suportado. Portugal não costuma alhear-se destas grandes causas.

Citando Nelson Mandela com uma frase que muitos conhecem mas que não será demais repetir:

“O Desporto tem o poder de mudar o mundo… tem o poder de inspirar. Tem o poder de unir um povo como poucas outras coisas podem fazê-lo. Fala aos jovens numa linguagem que eles entendem. O Desporto pode criar esperança onde antes só havia desespero. É mais poderoso do que os governos em romper as barreiras raciais.”

Apoie-se o Comité Olímpico de Portugal.

 

 

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