No texto publicado ontem pelo meu Amigo de blogue, F. Fonseca Santos, enaltecia-se as virtudes da esgrima como modalidade que permite, como muitas outras, prolongar a atividade desportiva ao longo dos anos. Excelente texto que merece ser lido e relido, interiorizado e divulgado por quem se preocupa com os temas do Desporto e da Vida. Infelizmente o desporto atual vive muito em torno do espetáculo televisivo e, principalmente, do futebol. Para além dos que praticam desporto federado (e já são muitos e valiosos) há toda uma multidão de praticantes de lazer para quem o Desporto tem vindo a criar, nas suas vidas, uma alternativa saudável às agruras do quotidiano e um complemento “vitamínico” às rotinas mais ou menos apaixonantes que constituem as vidas de todos nós. Este número de desportistas lúdicos tem, sem dúvida, aumentado mas ainda não terá atingido a maioria da nossa sociedade.
E não é por falta de textos, livros, conferências, encontros, promoções das mais diversas que esse entusiasmo ainda não atingiu os índices que todos desejamos. Acompanho e participo, como se sabe, no fenómeno desportivo desde há longos anos e congratulo-me por ações que consegui levar a bom termo e a penalizar-me por outras em que não fui bem sucedido. Mas acho, apesar de tudo, que a minha contribuição tem sido genericamente positiva. Por isso não podia deixar de enaltecer o texto de ontem do F. Santos e recordar os milhares de textos e livros que sobre Desporto têm sido produzidos e cujos efeitos foram esquecidos ou desprezados.
Venho hoje apenas recordar um livro publicado em 2005, pela Federação Portuguesa de Voleibol, com o título “EDUCAÇÃO PELO DESPORTO – Testemunhos/Cidadania/Valores.” É uma obra de excelente qualidade gráfica, compatível com os colaboradores e os textos que cada um deles (todos convidados) tiveram o ensejo de expor. Começar a paixão pelo Desporto com a Educação é sempre, diria eu, aposta acertada. O livro começa com uma apresentação redigida pelo Presidente Jorge Sampaio e prolonga-se com textos de opinião de um conjunto de personalidades da sociedade civil representando os mais variados setores dessa sociedade. Professores desportivos, treinadores, praticantes e atletas de alta competição, arquitetos, professores catedráticos dos mais variados espetros do conhecimento, representantes máximos da Igreja, presidentes de instituições desportivas, políticos, num total de 64 personalidades, deram o seu contributo para a defesa do Desporto como causa humana e social mas, sobretudo, educacional. A obra foi, na época, divulgada e vendida, mas, passados estes anos (até 2019), interrogo-me se a juventude mais ou menos interessada pela causa desportiva tem conhecimento deste livro. Talvez ele não seja muito diferente de muitos outros que, sobre o mesmo tema têm sido escritos ao longo dos anos, mas angustia-me o facto de, à semelhança de muitos dos outros, ter tido uma vida efémera e não ser hoje, pelo menos, um manual de consulta para quem diz defender o Desporto como causa educativa, social e nacional.
Já agora, o livro foi uma iniciativa da Federação Portuguesa de Voleibol e editado, em 2005, pelo Campo das Letras. Talvez valha a pena retomá-lo, pelo menos para fazer jus ao excelente texto de ontem do F. Fonseca Santos.
Infelizmente o papel educativo do Desporto é muitas vezes sabotado pelos pais e familiares dos jovens praticantes que dão péssimos exemplos de comportamento. Principalmente no futebol
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Sem dúvida, uma boa achega ao que muito se tem dito e escrito sobre desporto. Infelizmente, o desporto de massas, tem tido as melhores atenções por parte dos responsáveis, com prejuízo noutros desportos, bem mais interessantes para o fortalecimento mental da pessoa. O ser capaz, através do desporto, mesmo que seja individual, tem sempre um efeito positivo na saúde moral do indivíduo, alargando-se a comportamentos, mesmo que profissionais ! Por mim, que sempre gostei de desporto, incluindo o Voleibol, sei o que isso sempre significou para a forma de encarar a vida…!
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