Este título, tem muito que se lhe diga…! Este dia, que a madrugada de amanhã, nos irá recordar, o quanto de sacrifícios foram necessários para libertar uma Europa, que se deixava sufocar, passo a passo, metro a metro, sob uma das mais ferozes tiranías, alguma vez existente. Uma raça, que se imaginava pura, não única, mas superior a todas as outras raças, anexava, segregava, eliminava, dando ordens em voz alta em sons histéricos, julgamentos sumários, convencendo-se ainda mais a si próprios, de um dever que obedeciam sem pensar, sentindo-se arrepiados pela sua superioridade, envoltos numa figura de grandes deuses. De um novo Olímpo, onde só podiam morar os deuses…!
Do outro lado do Canal, mal protegidos pelas White Cliffs of Dover , a Inglaterra, dividia-se na defesa dos seus amigos da Polónia, da Noruega, da França, e Chipre, além do Norte de África. No Oriente, o Japão atacava as antigas possessões da Malásia. Londres, sofria os ataques sistemáticos da aviação nazi e das V1 e V2, até que se deu Dunquerque.
The Few, como eram chamados os pilotos britânicos, nos seus Hurricanes e Spitfires, desdobravam-se em batalhas de vida ou de morte. Era a Batalha de Inglaterra, como Philip Kaplan e Richard Collin, descrevem no seu livro com aquele título. A voz nostálgica de Vera Lynn, em The White Cliffs of Dover, era escutada pelas rádios de bordo dos bombardeiros Halifax, aquando do regresso das missões sobre posições inimigas, em terras de França e Alemanha. Era a indicação já habitual, pela nitidez de emissão, de estarem a aproximar-se das suas bases em Daxford e outras, feitas de improviso.
Os discursos de Churchil, ainda hoje nos fazem lembrar como duros eram aqueles tempos. Uma Europa, que sofria o desespero de ver toda a destruição dos seus sonhos, renascidos durante os curtos 20 anos após o Armistício. Uma Europa que parecia desistir de lutar, tentando viver o seu dia a dia às escondidas, com ataques esporádicos de patriotas mais corajosos, até que algum dia alguma acontecesse , inevitávelmente.
Churchil, incansável, desdobrava-se em negociações com a América de Roosevelt, até que a ajuda veio em grande. Sempre aquela América de progresso, que eu em pequeno, apenas conhecia pelos frigoríficos e de um rádio Zenith, que o meu pai tinha comprado para ouvir a BBC, não com muito à vontade, à cause des mouches...!
A história, de um tempo que não se pode deixar esquecer. De um Continente, onde morreram milhões de pessoas, que gostavam tanto de rir como nós. De passear, de se divertir e de trabalhar, como quaisquer outros. Foram mortos, sem culpa formada, apenas porque eram diferentes. Fico triste, por ver a comemoração deste dia, estrelada por uma astro político diferente, que se pretende confundir, numa homenagem em honra do sacrifício de tantos milhares de jovens soldados, que deram a vida em defesa de povos que sofreram o racismo e o isolamento. Essa estrela, talvez cadente, que expulsa emigrantes que apenas procuram melhorar a sua vida e da família, que isola povos com muros, porque são diferentes, tem um nome : Donald Trump ! Fiquei com um dia estragado, um dia que eu gostava de comemorar em silêncio, talvez até escrevendo qualquer coisa…!

Toda a razão. Muito bem.
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Rui Frias, tem toda a razão. O Sr. Trump não é personagem que mereça estar associada à comemoração do desembarque na na Normadia
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