Nestes últimos três a quatro dias, andei com a sensação de ter perdido qualquer coisa que me fazia falta…! Uma ideia que se fixava no vazio, procurando um espaço que sabia não existir, ou qualquer coisa que me irritava, por me criar ociosidade. E a falta do computador, que por falha técnica de programação, deu-me a oportunidade de descobrir, como nos vamos tornando submetidos à informação instantânea. À informação quase viciante dos nossos dias…! Não sei, se hoje, estaremos mais informados do que antigamente, quando líamos o jornal matinal, de ponta a ponta. Apenas, estou certo, que hoje, estamos mais informados em cima da hora, o que a sua falta, já nos irrita e nos dá a tal sensação de vazio…!
Os telegramas que enviávamos, da Estação do Correios dos Restauradores, enfileirados em bichas intermináveis, entregando o boletim escrito à pressa, numa daquelas escrivaninhas, sujas de tinta, encostadas às paredes laterais.
Uma figura, que praticamente desapareceu das nossas imagens do dia a dia, como os telex, matraqueando sempre no mesmo ritmo, a confundir-se com o som das máquinas de escrever, iguais em todos os escritórios…!
Curiosamente, há alguns anos atrás, de passagem por uma pequena cidade de Inglaterra, por indicação de uma tabuleta sobre a porta, descobri uma loja, que mais parecia sair de um conto de Charles Dickens. Uma loja mista, onde se vendiam Postais e Sêlos de Correio, além de assuntos da mesma índole. Fiquei a pensar, que possivelmente, também seriam agentes bancários, como muitas das lojas da nossa província, de antigamente, com Letras a Pagar e Letras a Receber, também já em desuso…!
E a pacatez destas pequenas cidade do interior, de qualquer país, fazem-nos lembrar a doçura de uma vida, que aos poucos, tem sido substituída pelo bulício extenuante, de um futuro que já existe. De novos tempos, que bem poderiam ser mais felizes, como as imagens das comemorações da Passagem do Ano, como aquele espectáculo extraordinário, vindo da China. As centenas de Drones, evoluindo no céu, mostrando figuras em 3D, em movimento, em substituição de fogo de artifício…!
Ficou-me o susto, de pensar como num hipotético cenário de Guerra, toda aquela tecnologia, comandada por um programa informático, poderá ser transformada num ataque em simultâneo por várias frentes, em poucos segundos, sem deixar rasto…!