Hoje, acordei com a ideia de que é Sábado, quando ainda vamos a meio de uma Terça-Feira calma, com o céu limpo de aviões, avolumando o silêncio a que já não estávamos habituados. E assim, atrapalhadamente, vou confundindo os dias, quase sempre iguais, tentando alterar as consequências de um confinamento, que parece começar a mostrar vestígios de uma espécie de solidão colectiva. Uma visita a amigos, que por doença ficaram recolhidos em casa, limitada a saudações da rua para a janela, e vice versa, como antigamente se fazia com o namoro de janela. Abraços atirados ao ar, com a alegria habitual de nos termos visto de novo, adaptando-nos às circunstâncias e os desejos de que tudo isto passe depressa.
E o que se passa no mundo, além daquilo que as notícias nos vão mostrando, vamos descobrindo aos poucos, como o que senti na minha recente ida ao Algarve. Uma indústria de Turismo, que durante tantos anos se desenvolveu naquela Região, novamente sacrificada com adaptações à segurança e higiene, redobrarem-se a um bom acolhimento, de um turismo que tarda em chegar. Desoladamente, deixei de ver as cabeças brancas habituais de reformados estrangeiros que procuravam o nosso Sol de Inverno, deixando um vazio difícil de preencher pela bolsa magra dos portugueses, sempre tão incompreensivelmente entendida.
Com o renascer das disputas partidárias que já se fazem sentir, talvez comece a ter saudades antecipadas, dos meus Sábados que são apenas Terças-Feiras, ainda que poucos aviões possam cruzar os céus …!
Não há sábado sem sol, domingo sem missa e 2ª feira sem preguiça !
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Também já me aconteceu trocar os dias. Por isso nas prisões usa-se o calendário e os riscos a lápis…
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