500 – TEMPO DE BALANÇO

Sim, meus Amigos! O nosso blogue “Velhos São Os Trapos” está de parabéns. Atingimos hoje o nosso “post” número 500!  Faz-me lembrar algum velho navegador português, nos antigos tempos em que os portugueses navegavam e descobriam coisas novas, às vezes por acaso, como hoje acontece no nosso blogue. Chegar aos 500 não terá sido por acaso mas é, seguramente, uma “epopeia” inesperada. Comecei sozinho a 16 de Março de 2017 com um poema a que chamei “As Rosas Que Tu Me Deste”. Foi, curiosamente, um dos posts mais lidos, de acordo com as estatísticas que a WordPress (veículo deste blogue) nos faculta. A partir daí fui escrevendo textos sem responsabilidade, sem prazo definido, conforme me ia apetecendo. Reconheço que me foi apetecendo com frequência e o blogue foi ganhando dimensão. Tudo escrito apenas para a leitura bondosa de amigos que se iam dando ao trabalho de espreitarem o endereço do blogue. E com alguma dose de teimosia de que sou acusado, lá fui fazendo um caminho tranquilo, sem saber bem onde e quando iria parar. Os textos eram e são muito variados: uns mais profundos, outros mais superficiais, uns com mais humor, outros exprimindo mais dor, todos, enfim, com um total grau de liberdade que impus a mim próprio, para escrever e para pensar. O “slogan” que escolhi desde o princípio  foi “Liberdade para Escrever”, como poderão relembrar no já renovado emblema do nosso blogue.

Nos finais de 2017 cheguei ao texto nº 100 o que, verdadeiramente, me sobressaltou. Achei que começava a correr o risco de me repetir, de me esgotar, de perder o ímpeto de que me tinha socorrido. Pensei que, para continuar, era preciso refrescar, procurar e convidar outros autores que sentissem a mesma pulsão da escrita quando, evidentemente, lhes apetecesse. E, sobretudo, que escrevessem sobre o que entendessem. Tive sempre quatro amigos fiéis que, como muitos outros, iam lendo os meus textos, mas com a agravante, para eles, claro, de também escreverem frequentes e sábios comentários. Nada melhor do que convidá-los a participar no blogue o que, após inesquecível almoço, consegui com grande alegria. E, a partir dos princípios de 2018, fomos quatro, os “mosqueteiros” desta aventura. Com enorme êxito, diga-se. Os seus textos e as suas ideias vieram enriquecer, em muito, o escopo deste blogue e o nosso volume e variedade de assuntos cresceu significativamente e ganhou, naturalmente, uma grande adesão de novos amigos leitores.

Nos finais de 2018 já tínhamos mais de 300 textos produzidos e aí começou a tomar forma o desafio que, subliminarmente, sempre tinha sido o “delta e o ómega” da nossa aventura: o convencermos os nossos leitores que a palavra escrita em papel, na perenidade da sua vida, trará sempre vantagens ao efémero texto digitalizado. Os textos do blogue (deste ou de qualquer outro) desaparecem na “nuvem” e são esquecidos para a eternidade. Não pretendo nem tenho a vaidade de dizer que todos os textos mereçam ser guardados ou relidos mas se estiverem plasmados em papel, em livro, algum dia, alguém, poderá relê-los e, sabe-se lá, até dizer mal da maneira ridícula em que nos expressamos nos nossos dias. É essa a vitória do papel! Sem desmerecer, claro, as inomináveis vantagens que a digitalização do saber carreou para as nossas vidas. Temo-lo dito em muitos dos nossos textos, temos defendido a digitalização como a ferramenta mais poderosa dos nossos tempos, embora, por vezes, não a mais virtuosa. Mas se um dia destes, me apetecer consultar textos ou uma obra de Eça de Queirós, de Sophia, de Yourcenar, António Sérgio ou Camilo, Manuel Alegre ou Mário Soares, Graciliano Ramos ou Umberto Eco, sei a que prateleira das estantes me hei-de dirigir.

Por tudo isto resolvemos, em princípios de 2019,  editar um livro que incluisse os textos mais significativos do nosso blogue. Demos a esse livro o título de “Escrito nas Estrelas e o Vento que Passa”, apresentámo-lo numa sessão pública que reuniu muitos amigos e algumas figuras notáveis do mundo das artes. Felizmente tem sido muito divulgado e passeia-se pelas livrarias. Nessa mesma oportunidade resolvemos lançar convites de participação a outras amigas e amigos, mais novos que os fundadores, o que tem trazido, embora com menor frequência, alguns belos textos, sobretudo poéticos. Consideramos essa iniciativa de alargamento bom  pretexto para uma pulsão futura. As portas ficaram abertas.

Embora os textos habituais tivessem continuado,  considerámos importante encontrar variantes para a nossa aventura e, por isso, iniciámos, em Dezembro de 2019, uma série de entrevistas pessoais, com periodicidade mensal, com gravação vídeo, que nos dessem oportunidade de falar com gente interessante, com coisas para nos contar em diferentes áreas da vida, do saber e do conhecimento. Já publicámos a conversa/entrevista do mês de Junho com o maestro Sérgio Fontão que foi antecedida por: Francisco Campos, em Dezembro, (ator e empresário teatral); Luisa Corvo, em Janeiro, (cientista e investigadora universitária); Vicente Moura, em Fevereiro, (desportista e dirigente olímpico); Cirila Bossuet, em Março, (atriz teatral); João Bugalho, em Abril, (engenheiro, pintor e promotor de artes musicais) e  Inês Mendes, em Maio, (médica). Já temos as gravações feitas para Julho e Agosto e convidados assegurados até ao final do ano.

Para animarmos um pouco mais a expectativa dos nossos leitores iniciámos também uma série de “Conversas Imaginárias” com as quais pretendemos retomar a memória de pessoas já desaparecidas mas que tenham deixado importantes legados das suas vidas. Já tivemos essas “conversas” com o Almirante Pinheiro de Azevedo, com o Professor Rómulo de Carvalho (António Gedeão), com o Professor Egas Moniz e com o Engenheiro Duarte Pacheco.

Só para terminar este “Tempo de Balanço”, ao escrevermos o 500º “post” do nosso blogue, recorro às estatísticas do WordPress para vos dizer que, ao longo destes tempos, tivemos mais de 23000 visualizações, quase 9000 visitantes e com uma audiência recorde de 464 visualizações. Para quem começou cheio de dúvidas não se pode dizer que esteja muito mal.

Tenho que encerrar este texto de hoje com a referência indispensável à pessoa que, desde o início, me incitou à aventura, me estimulou em permanência e se assumiu como realizadora, produtora e “encantadora” dos vídeos editados: a minha Filha Maria Cristina. Vocês ficam-lhe a dever tudo o que por aqui se passa neste território “imaterial da humanidade”!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um pensamento sobre “500 – TEMPO DE BALANÇO

  1. Caro Manuel José
    Estás, continuas, de parabéns pela iniciativa do blog que nos permite exprimir as nossas ideias, comentar, trocar impressões. E também pelas extensões do blog, entrevistas reiais e imaginárias, que muito apreciamos..
    Não tenho a tua capacidade de passar ao papel o que me vai na mente ou no coração, mas continuarei a esforçar-me por dar a minha contribuição.
    E de 100 em 100 textos devemos celebrar.
    Grande abraço

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