By the way…! Have you a cup of tea …?

Após ler as principais notícias dos jornais domingueiros, fixei-me numa crónica do Jornal O Público, sobre a generalidade de opiniões e as relações entre portugueses e brasileiros, assinada por Carlos Fino. Como não podia deixar de ser, dada as boas recordações que sempre guardei, dos bons tempos em que conheci o Brasil e senti, fortemente, a sua evolução dos anos cinquenta, demorei-me mais na apreciação e na forma como as nossas relações, sempre boas, se degradam, entregues a opiniões populares, de circunstância, de ambos os lados, através da Net . Opiniões pouco credíveis, por gente que se entretém a desfazer os esforços dos outros, com a mesma facilidade com que se lançam fake-news, acelerando o passo para um afastamento, que este mar, dantes tão largo, se tornara tão estreito, nos últimos anos de progresso e tecnologia. Aquele Oceano, que ainda em jovem, ansiosamente, demorei quinze dias a atravessar, na ida, e outros tantos, que saudosamente demorei, ao regressar.

Conversas fúteis, onde as depreciações se vão transformando em ódios e ofensas, em que a cultura não assiste, e muito menos o bom senso, desalinhado das realidades. Um afastamento, que a ignorância e o racismo, além da intolerância, aceleram, para perdas que a lusitâniedade poderia trazer para o futuro, num bloco há muito desenhado com a mesma língua e interesses.

E muitas das opiniões do lado de lá, pela brutal ignorância a que estão votados, se fixam na barbárie, que a colonização lhes trouxe, ignorando, por outro lado, a evolução que Portugal lhes proporcionou, a partir da fixação da Corte Portuguesa, durante a Guerra Napoleónica e de uma emigração laboriosa. Um território colossal, conseguido com argúcia e sacrifício, há muito disputado por outras nações europeias, que saqueavam, como se fosse um troféu de caça. Uma história fabulosa, que qualquer povo não desdenharia de ter nos seus arquivos.

E Portugal, que se esforçava, em simultâneo, em rotas do Oriente, na mira de fortuna, talvez mais do que a colonização que as limitações da sua pequenez, lhe iam concedendo, desdobrava-se pelo comercio das especiarias e do chá, transformando Lisboa, num dos maiores entrepostos do comércio mundial. E como o chá, foi tão importante na história mundial, ao ponto de provocar uma das mais curiosas revoltas, culminando com a independência de treze colonias inglesas, dando oportunidade ao nascimento de uma das mais poderosas nações do nosso tempo ? Ou o Boston Tea Party, como ficou conhecida…! Como o hábito de tomar uma simples chávena de chá, parece tão insignificante, perante a brutal história da colonização e da humanidade ?

E mais uma vez, Portugal, encontrou-se na encruzilhada de novas experiências alimentares, como o prazer de beber um bom chá, tão apreciado entre as senhoras da corte, levado pela portuguesíssima Catarina de Bragança, aquando do seu casamento com o Rei Carlos II de Inglaterra e Escócia. Uma Rainha nunca coroada, apenas por ser católica, não muito tolerada, deixando bem vincados, os novos hábitos de sociedade, como o chá das cinco, que se espalhou por todo o mundo, apesar da mão pesada das colonizações e dos monopólios da Companhia das Índias…!

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