Não é a primeira vez que, neste blogue, se aborda o tema da democracia, das suas virtudes, dos seus contratempos, das suas vitórias e dos seus ressurgimentos após múltiplas tentativas para a destruirem. Mas isto da democracia é sempre uma maçada para quem não a aprecia. É que por trás dela estão sempre as pessoas e, mais tarde ou mais cedo, as pessoas acabam por poder escolher aquilo que preferem.
Claro que na época de verão em que nos encontramos, ainda por cima com a sombra sempre pesada da pandemia sobre nós, as coisas e os acontecimentos ganham tonalidades mais leves, com maiores ligeirezas de opiniões e acaba-se por esperar pelo outono para ver como vai ser. Infelizmente, este ano, parece que ninguém quer que chegue o outono se se pensar nos terríveis prognósticos de que todos nos falam por causa do malfadado covid19. Este ano não teremos uma “silly season” mas, pelo contrário, uma estação que se assemelha às câmaras dos horrores das feiras populares.
Mas se estivermos atentos perceberemos que muita coisa se passa no meio desta confusão sanitária, para desmontar o que as sociedades têm como regras adquiridas. É como se vivêssemos um “quizz” de verão, um jogo de “sudoku” ou enviezadas jogadas de “bridge”. Os grandes pensadores em todos os “think tanks” deste mundo esfalfavam-se em tentar descobrir quais serão os novos truques para que o Trump ultrapasse e negue a realidade das eleições, para se manter no cargo a fazer os seus acrescidos disparates. Ainda por cima, agora que o Biden foi arranjar a descendente de indiano e jamaicana, a Kamala Harris, que todos dizem que vai arrasar em todos os debates em que participe!… Mas os seus esquemas estão em curso. O “fantástico” acordo entre Israel e a Autoridade Palestiniana é uma ridícula encenação para ajudar as eleições que se aproximam. Todos sabem que, passado esse passo, as assinaturas diluem-se, os conflitos reacendem-se e os papéis rasgam-se. A monstruosidade libanesa, embora de difícil manipulação, veio-lhe dar a oportunidade para despejar uns milhões de dólares, contra gosto, no território, para não ficar atrás do que a União Europeia já decidiu fazer. Por azar o Lukashenko fez, na Bielorússia, o mesmo que ele está a pensar fazer nos Estados Unidos, o que lhe dá uma margem de manobra limitada. Ainda por cima com as veladas ameaças do Putin que ele não pretende incomodar muito para que possa voltar a beneficiar das trapalhadas informáticas russas durante as contagens dos votos. Apesar disso resolveu enviar mais militares para a Polónia, retirando-os da Alemanha, país com o qual não há maneira de se entender. Por azar, logo de seguida, foi derrotado nas Nações Unidas na votação para que fosse mantida a limitação aos armamentos iranianos. Lá pelas Américas ele já conseguiu pôr uma catrefa de amigos nos Correios nacionais para que os futuros votos enviados por correio sejam mais facilmente manipuláveis.
Mas do que verdadeiramente não escapará é da tremenda desgraça da sua gestão da pandemia covid19. Contra todos os pareceres científicos do seu país e do estrangeiro ele vai bolsando as maiores incongruências e falsidades, levando a que milhões dos seus compatriotas se infetem ou morram. Só o tribunal da Humanidade, coisa que ele desconhece, o poderá vir a julgar, a ele e a outros inconscientes que fazem dos seus mundos cotadas de domínio e infelicidade de longo prazo. As populações rebelam-se, revoltam-se, são ameaçadas e presas e aparecem todos os tipos de populismo que agradam a quem nada percebe das realidades que os rodeiam. Por cá também já aparecem assomos de ameaças extremistas, mascarados e anónimos, a que não parece dar-se grande importância, mas que não são mais do que os afloramentos insidiosos do afrontamento e da intolerância social que têm, como objetivo, a corrosão da democracia e da paz social. Seria bom que estes afloramentos fossem reprimidos e condenados rapidamente pela justiça vigente.
Não, meus amigos, este verão vivendo o tal novo normal, não está silencioso nem imobilisado. As ameaças estão a ser perfiladas e programadas. São tantos os perigos que o mundo irá suportar em resultado da pandemia sanitária que é fundamental combater, desde já, tudo e todos os que se estão, efetivamente, a aproveitar desta aparente letargia para pontificarem e imporem a sua “ordem” nos países em que, por ignorância ou descuido, houve quem neles votasse e os pusesse no poder. Lembram-se do Hitler?…
Não nos esqueçamos que a democracia somos nós e que ela nos dá liberdade mas muita responsabilidade.
Uma situação preocupante, que não aparece por acaso. E aquele grande sonho em que todos gostaríamos de viver, tem, pela suas próprias regras de concepção, a permissividade da sua auto destruição, quando os níveis económicos e culturais dos povos, não atingem os mínimos de dignidade humana, tornando-os vulneráveis a propagandas fantasistas. Nos dias de hoje, pela situação que a Pandemia provocou, vemos com alguma satisfação, o exemplo de um povo que acolheu a ideia de fazer férias cá dentro, substituindo grande parte de um turismo estrangeiro que falhou. Como seria e como estaria o nosso ego democrático, se tivéssemos o mesmo nível económico e cultural da Noruega ou da Dinamarca ? Penso, que a Democracia constrói-se todos os dias, num trabalho frenético, sob pena de se deixar cair em ilusões…!
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