“Como dizia Cezariny”
E tão bem realçou Nicolau Santos
No seu poema com o mesmo nome,
Continua a “faltar uma grande razão”.
Para o bem e para o mal
O mundo foi acordado para tudo o que é real,
Por esta pandemia, por esta devastação.
Mas os turbilhões de notícias
Continuam a provar que a sensatez
Continua sem sentido, sem orientação,
O mundo desconfia de si próprio
E a cada declaração certa e segura segue-se sempre o “talvez”
Os poderosos querem continuar
Sem nada limitar a sua vontade e decisão.
As relações são falsas e temporárias
Passando ao lado dos milhões que sofrem,
Refugiados, exilados, famintos, párias
No mundo a que pertencem
Mas sem canto em que vivam ou se acolham.
Tudo nos trouxe transformação,
Da presença passou-se à visualização,
Ao distanciamento, à proteção,
Da liberdade passou-se à proibição,
Só não terminou o conflito nem a confrontação.
Como resolver ou prevenir o que aí vem,
Aí estaria o segredo da razão. Mas não.
Todos dizem procurar uma solução,
Que, infelizmente, não se encontra
Para o absurdo que já cá está a ameaçar explosão.
A tal Razão.
Mas regressando ao que dizia Cezariny e reiterava Nicolau
Falta por aqui uma Grande Razão.
Resta-nos a Esperança e nessa eu acredito!