NATAIS DIFERENTES

A época que vivemos impõe-nos uma nova observação sobre as datas mais importantes que festejamos em família. Sem querer exagerar, é muitas vezes mais esse o sentimento da reunião do que, propriamente, o da celebração do acto consagrador do Catolicismo. De uma maneira ou outra o mundo dito católico dedica à data de 24/25 de Dezembro uma sentida comunhão familiar que a torna, efetivamente, quase insubstituível nas comunidades.

Muitos de nós já passaram, por razões imperiosas de serviço, de doenças ou incidentes da vida, afastados do ambiente familiar em que, por tradição, nos costumamos encontrar e sentir felizes. Este ano não vai ser assim. É bom que revejamos os nossos próprios hábitos , imaginemos formas diferentes de estarmos em contacto com os nossos. Esses novos procedimentos reforçarão o nosso apreço por aquilo de que abdicamos por razões exteriores, preparando-nos para reuniões futuras, para os futuros Natais.

Pelo mundo inteiro cada país ou comunidade festeja a data de formas diversas, tentando, apesar de tudo, relembrar sempre o eterno mistério do nascimento do Homem que veio à terra em missão de Deus. Por todo o mundo se encontram os presépios mais simples ou trabalhados mas a expressão da comunhão familiar persiste e é o denominador comum de todas essas celebrações. Aqui vos deixo um presépio em argila pintada, oriundo do nordeste brasileiro e que expressa, com ingenuidade e particular mestria , o conceito que em toda a parte se festeja. As figuras não serão iguais às que estamos habituados mas o facto apela-nos para as diferentes maneiras de celebrar o Natal, não só nas figurinhas do presépio mas nas formas diferentes com que devemos e podemos encarar esta celebração.

A ingenuidade das peças alia-se ao forte sentimento das comunidades que as produziram. É a sua forma de festejar o Natal, como há milhares de outras por todo o mundo.

Se nesta difícil fase que vivemos formos capazes de olhar para estas ou outras peças e interiorizarmos o que para nós significa o elo familiar seremos, decerto, capazes de descobrir e inventar novas formas de manter esse elo, resguardando-nos das amarguras a que estes tempos nos têm transportado. Boa altura para nos lembrarmos dos que não vemos por não podermos ou por já terem partido.

Natais diferentes, sim, mas sempre iguais. Bom Natal para todos!

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