Não sendo o meu melhor mês para leituras, o calor, a irrequietude de uma época de férias e as constantes deslocações, acabei por pegar num livro que há algum tempo andava fora da estante, convidando-me à sua leitura e a antecipar o sossego tão desejado do próximo Outono. Não sendo um romance que me prendesse a um canto da sala, ou desafiando um pouco da brisa fresca do fim de tarde, o seu título, também não alinhava bem com a paz de espírito que necessitava. Mas, No Empty Chairs e a sua sugestiva ilustração de capa, despertava-me a curiosidade sobre a introdução da aviação como máquina de guerra na orientação e observação dos movimentos de tropas, na 1ª Guerra Mundial e as suas medonhas trincheiras .
Um desafio aos meus conhecimentos de inglês, ou o que ainda resta dele…! Velhos hábitos de leitura, que aos poucos foram começando a escassear, pelo cansaço físico da idade, o esgotamento, ou o tédio dos dias a parecerem-se sempre iguais, em contradição com o dinamismo de outros tempos.
Não pretendendo divulgar em pormenor o seu conteúdo, o heroísmo dos então chamados cavaleiros do céu, começava a entusiasmar os jovens para uma nova forma de defesa da sua pátria, utilizando o avião, ainda muito rudimentar e impreparado. A bravura, as paixões e a aprendizagem, ligavam-se, nem sempre de forma segura, pelo desconhecimento das novas tácticas de combate. Os conhecimentos, começavam a criar novos sistemas de defesa e ataque. As baixas, adivinhavam-se-se pelas cadeiras vazias das messes das Bases, durante as confraternizações, após os combates.
No Empty Chairs, um livro de Ian Mackersey, que nos conta os primórdios do que viria a ser a Royal Air Force, a violência dos combates inicialmente desigual, que os portugueses, também conheceram durante todo aquele confronto.
À parte de todos estes episódios que nos fazem pensar, a divulgação pelo cinema e pela imprensa, em forma de revista e livros, pela qual fomos tomando conhecimento, todo este historial foi-se reflectindo na nossa formação cívica, numa constante memória dos acontecimentos. Tive a experiência de imaginar, sentado num banco de jardim, junto a Westminster, como seriam aqueles tempos negros em que Londres deixou de ser invulnerável, arrastando-se até a uma outra guerra não menos brutal e desastrosa…!