Desde sempre, o homem, com o seu engenho ainda que primitivo, adoptou a lã para se proteger do frio, desenvolvendo uma técnica de tecelagem, cujas bases, ainda hoje são utilizadas numa maior ou menor produção. Perdem-se nos tempos, em que o Concelho da Guarda se dedicou ao pastoreio, aproveitando a lã como matéria-prima, e o desenvolvimento de uma indústria que ainda hoje mantém a sua originalidade.
A dureza do clima, que habitualmente apresenta a sua agressividade de Inverno, com ventos gélidos, empurrando a neve de encontro às falésias da Serra da Estrela, acaba sempre por cobrir o Vale do Mondego, com o seu um manto branco de neve. O frio, que tanto caracteriza aquela região e incita a procura de meios de conforto.
Embora, hoje, haja novos sistemas de protecção contra o frio, o agasalho de cama, feito de lã churra, ainda mantém o interesse pela sua tradição e qualidade.
Novas ideias desenvolvidas por estilistas e a beleza das cores, tão decorativas, ou apenas o branco alvo dos tecidos de pelo longo, está despertando a curiosidade, para novos produtos de design desenvolvidos por estilistas, percorrendo o mundo da moda. Não é só a habitual figura do pastor, com a sua manta de cores garridas, afugentando os lobos da serra, mas outros produtos que certamente virão a desenvolver uma indústria tradicional serrana.
Por curiosidade, a Manta de Papa Branca, totalmente manufacturada a partir de lã branca, sem qualquer tipo de tingimento, era tradicionalmente usada como enxoval das noivas, pelo símbolo da pureza e virgindade.
Em homenagem à população destas aldeias da Serra, desde o humilde pastor aos artesãos e indústrias têxteis que durante tanto tempo se dedicaram à tecelagem destas mantas, há um espaço pedagógico digno de uma visita. Museu de Tecelagem, localizada na aldeia dos Meios. Concelho da Guarda.
