DOMITILA

No próximo domingo, dia 16 de outubro, pelas 17:00 horas, a Orquestra Metropolitana de Lisboa leva à cena no Centro Cultural de Belém, a ópera Domitila, numa versão única encomendada a João Guilherme Ripper, por ocasião dos 200 anos da independência do Brasil. A orquestra será dirigida pelo Maestro Tobias Volkmann e a soprano portuguesa Carla Caramujo desempenhará o papel de Domitila. Um espetáculo a não perder para os amantes da ópera .

Mas quem foi, afinal, esta aparentemente famosa Domitila? Domitila de Castro Canto e Melo, Marquesa de Santos, foi talvez a amante mais famosa e conhecida de D. Pedro I, quando o Rei/Imperador era casado com a princesa Leopoldina. Domitila não foi a única amante de D. Pedro mas talvez a mais famosa. Antes de se casar com D. Leopoldina o príncipe teve uma forte relação com uma bailarina francesa Noémi Thierry com quem teve um filho. Durante o seu relacionamento com Domitila teve outros casos paralelos, como com a esposa do naturalista francês Aimé Bonpland, Adèle Bonpland. Outra francesa foi a modista Clemence Saisset, cujo marido tinha uma loja na Rua do Ouvidor. Clemence teve um filho com D. Pedro. Além destas francesas a própria irmã de Domitila, Maria Benedita de Castro Pereira, Baronesa de Sorocaba (título obtido do seu marido que o tinha recebido de D. Pedro, como compensação dos seus dislates), teve um filho com o imperador. Domitila foi subindo na hierarquia nobiliária e de Viscondessa de Santos teve, em 1826, o título elevado para Marquesa de Santos.

Mas em 1829 Dom Pedro e Domitila romperam a sua ligação devido às segundas núpcias de D. Pedro I com Amélia de Leuchtenberg, noiva de sangue nobre que veio dar outro tipo de seriedade à vida nacional e internacional do Imperador. Domitila sempre foi, no entanto, muito acautelada por D. Pedro, tendo sempre vivido numa mansão que foi mais tarde restaurada e adaptada a Museu da Moda.

Não vale a pena fazer o inventário completo das amantes e dos filhos bastardos de D. Pedro. Seria uma obra volumosa que terá sido escrita em diversas versões .

O que importa é refletir na dificuldade e na delicadeza do papel desempenhado pela nossa Soprano Carla Caramujo ao cantar, estou certo com grande profissionalismo, as “nuances” românticas e amorosas da sua personagem Domitila.

A não perder no próximo domingo.

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