Curso Intensivo de Geografia

Estudei Geografia desde a primária até ao ensino liceal. Gostei, mas vim a envolver-me noutras matérias de natureza curricular, e a geografia passou a ser um tema de cultura geral que nunca abandonei e que fui melhorando ao longo da vida por força das muitas viagens que essa mesma vida quis que eu fizesse. Não sou licenciado na matéria e os especialistas ou doutorados no assunto acharão este pequeno texto completamente desnecessário.

Mas, devo confessar, que nos últimos tempos me apercebi da quantidade enorme de nomes de cidades e regiões que inundam a Ucrânia, país que, por acaso, nunca tive oportunidade de visitar. Conhecia, claro, o seu principal rio Dniepre, a capital Kiev e o seu clube de futebol mais representativo, o Dinamo de Kiev, a Crimeia, Donetsk por causa também do clube de futebol – o Shaktar Donetsk – e, na realidade, pouco mais. Conhecia as suas fronteiras e um pouco da sua História. Em texto anterior neste blogue contei os horrores do holodomor, a tortura por que passou o país, entre 1932 e 1933 com as “Grandes Fomes e do Terror”. Tudo no tempo de Staline que comandava, à data, a União Soviética, incluindo a Ucrânia atual. Com o roubo do imenso património de cereais que a Ucrânia cultivava, o que ainda faz hoje como país independente, morreram de fome, naquela altura, cerca de 4 milhões de pessoas, de um total de 7 milhões que existiam em toda a União Soviética. Foi isso o Holodomor e daí se compreende o ódio que os ucranianos alimentam contra os russos. A História está, portanto, a repetir-se, como escreveu Tony Judt no século passado, antes de morrer.

Pelas razões que nos atropelam todos os dias, desde há mais de um ano, passei a conhecer e a identificar-me com Zapozhzhia, Luhansk, Mariupol, Kherson, Odessa, claro, que já conhecia, Mykolaiv, Kharkiv, Sumy, Cherkasy, Chernihiv, Zhytomyr e mais algumas. Estranha maneira esta de melhorar conhecimentos de geografia. Mas tudo isto teve o mérito de melhor apreciarmos a justeza e a valentia daquele povo.

Muitos dos meus amigos que me concedem honras de leitura do blogue já conheceriam, talvez, todas estas terras. Se estavam como eu ficámos todos melhor. Apreciamos a Ucrânia com maior ligação e proximidade. Que chegue a Paz à Ucrânia o mais rapidamente possível.

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