Golf, pequenos paraísos…!

É certo que nem sempre acordamos todos os dias bem dispostos, com uma ou outra preocupação que nos invade as horas do nosso quotidiano, agravado pelas contínuas notícias desesperantes, vindas do Médio Oriente ou da Zona Sul Sahariana, ou ainda de um Continente Americano, que antigamente achávamos próspero e exemplar.  Fecho os olhos e faço um esforço para contabilizar os poucos momentos em que este mundo viveu despreocupado, sem notícias de guerra, de revoltas ou de miséria social.

Há quem fale em guerra, com a  leviandade supostamente descartável de responsabilidades e sofrimento, endossando-a a outros, sem pensar que serão sempre  mais dramáticas e mortais. Aqui, também existirá uma outra globalização, bem diferente…!

Não obstante, todas estas preocupações, decidi por alguns dias, não ver noticiários nem ler jornais que me preocupassem, numa pequena experiência de ignorância e alheamento voluntário. O mundo tornou-se mais  colorido, apesar da chuva intensa que caiu. Das longas filas de espera habituais para poder entrar em Lisboa em horas de ponta, civilizadamente, sem buzinadelas irritantes de quem desespera para chegar a horas aos empregos ou à consulta do médico com hora marcada…! É a vida real de uma cidade, que sente o seu próprio batimento cardíaco no seu pulso, num para-arranca, talvez a pensar já no regresso a casa, com a mesma lentidão de sempre.

Com a despreocupação bem estampada no rosto, aproveitando um dia mais ensolarado, mesmo com um pouco de vento frio, dirigi-me ao Campo de Golf no Jamor, para sacudir a poeira acumulada nos ombros, durante os tempos em que não me foi possível bater bolas, com a situação pos operatório à coluna vertebral. Já o tinha experimentado no Algarve, com a sensação de felicidade de me sentir renascer.  Aos poucos, os movimentos começaram a tornar-se mais facilitados e a pancada mais forte, numa bola que se projectava num vôo de maior ou menor alcance, consoante o madeira ou o ferro escolhido para o efeito.

Seguindo de novo, os Five Fundamentals para um bom Swing, The Grip, The Address, The Takeaway. The Still Head e Acceleration, tudo começou a tomar forma, com apetite para mais uns poucos treinos e reiniciar um bom jogo, mesmo que sejam apenas 9 buracos…! Percorrendo o relvado com os olhos postos nos Greens lá ao longe, a bater o mínimo de vezes na bola, a partir de um Tee na direcção das bandeirinhas , tudo esquecemos de amarguras, apenas lamentando de o mundo não se tornar tão pacífico, como o relacionamento ético de um Clube de Golf… !?

 

 

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4 pensamentos sobre “Golf, pequenos paraísos…!

  1. O desporto é sem dúvida um complemento indispensável à vida duma pessoa. Eu saúdo sempre os dias em que sei que vou treinar. Quando deixar de o poder fazer, não sei se encontrarei outra actividade que me liberte tanto da qualidade terrena
    Parabéns pela recuperação

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  2. Um texto com qualquer coisa de poético, de saudoso ou imaginário. O golf pouco interessa, o importante é o sonho… Tenho a impressão que já alguém disse o mesmo… Muito bem, basta continuar a dar asas ao “petit oiseau”.

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